Bolsonaro fracassou na tentativa golpista de enquadrar militares, agora será presa fácil do Centrão

 
Depois da alucinada tentativa de impor o alinhamento das Forças Armadas ao governo e ao bolsonarismo, o presidente da República acabou dando um “tiro no pé”, como afirmou o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

Na verdade, ao demitir o então ministro da Defesa, general da reserva Fernando Azevedo e Silva, o que provocou a saída dos três comandantes militares, Jair Bolsonaro acabou enquadrado pela caserna, que não aceita a politização dos quarteis nem está disposta a embarcar em qualquer aventura golpista.

A nova investida de Jair Bolsonaro contra a democracia não apenas fracassou, mas colocou no Palácio do Planalto um problema sério e de difícil solução. Isso porque Bolsonaro tem conhecimento de que a atuação do governo no combate à pandemia é um fiasco de proporções consideráveis e que tende a crescer ainda mais. Afinal, o Ministério da Saúde continua movido por promessas falaciosas, ao mesmo tempo em que Bolsonaro não abre mão do seu negacionismo criminoso.

 
Na dança de cadeiras no comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica o presidente foi obrigado a seguir o principio da antiguidade, o que de certa forma blinda as forças militares de qualquer tentativa de politização, mesmo que o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, seja do tipo “missão dada é missão cumprida”.

Com o projeto de reeleição esfarelando como passar dos dias, Jair Bolsonaro agora precisa encontrar um caminho que lhe permita tentar permanecer mais quatro anos na Presidência, algo difícil em meio ao caos que se instalou no País, em especial nos campos da saúde e da economia.

Considerando que 2022 será mais um ano perdido em termos de atividade econômica e empregos, até porque tudo indica que a pandemia não dará trégua tão cedo, Bolsonaro tentará de alguma maneira um autogolpe, que teria de contar com o apoio das policias militares dos estados – algo difícil em termos e logística, mas não impossível – ou será devorado pelo Centrão, que normalmente abandona a presa quando se aproxima da ossada.

A sociedade precisa reagir ao status quo, antes que seja tarde demais. Não importa que Bolsonaro sinalize eventual recuo em seu delírio golpista e consiga chegar ao final do mandato, o problema é que o Centrão repetirá o que fez nos governos petistas, principalmente nas gestões de Dilma Rousseff. Em outras palavras, a modalidade criminosa que serviu de plataforma para a eleição de Bolsonaro está de volta, devendo avançar à medida que o presidente da República derrete politicamente.

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