Definida a composição da CPI da Covid, Bolsonaro e seu negacionismo terão dias difíceis pela frente

 
Criada no Senado Federal por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da Covid fez com que disparasse a preocupação da cúpula do governo de Jair Bolsonaro, mas a indicação dos integrantes da comissão deve tirar o sono de muitos palacianos.

Nesta quarta-feira (14), líderes partidários definiram os nomes dos senadores que participarão da CPI que tem como objetivo investigar a atuação do governo Bolsonaro n combate à pandemia do novo coronavírus. E o tabuleiro político da comissão é desfavorável ao governo.

O bloco das legendas aliadas a Bolsonaro indicou os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Jorginho Mello (PL-SC). Ambos já estava m cotados para participar da CPI e tiveram os nomes confirmados. Outros dois senadores governistas integrarão a CPI: Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

No contraponto, os outros sete titulares da CPI da Covid são de oposição ou independentes: Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Os suplentes são Jader Barbalho (MDB-PA), Angelo Coronel (PSD-BA), Alessandro Vieira (Cidadania-ES), Rogério Carvalho (PT-SE), Marcos do Val (Podemos-ES), Zequinha Marinho (PSC-PA), além de um senador cujo nome não foi definido e pode ser do MDB, do PP ou do Republicanos.

 
Esse desenho partidário da CPI mostra que o presidente Jair Bolsonaro deve se preparar para dias difíceis, podendo, inclusive, ser surpreendido com um processo de impeachment, a depender do funcionamento da comissão e dos resultados das investigações.

Há dias, o senador Renan Calheiros, que é cotado para assumir a relatoria da comissão, afirmou que usará a CPI para dar o troco no governo por causa da eleição para a presidência do Senado. Por ocasião da disputa, o MDB pleiteou o comando da Casa alegando ser a maior legenda, mas teve o pedido ignorado pelo Palácio do Planalto, que apoiou a candidatura de Rodrigo Pacheco, atual presidente.

No caso de Calheiros ser escolhido relator da CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro terá sérios problemas pela frente, em especial porque o desgaste político provocado por uma comissão parlamentar de inquérito bem conduzida sempre é grande. Esse efeito colateral pode ser ainda maior, considerando que falta um ano para as eleições de 2022.

Por outro lado, Renan Calheiros retomará posição de destaque no MDB, já que poderá negociar politicamente na esfera dos estados, pleiteando cabeça de chapa ou a vaga de vice nas disputas em muitas unidades da federação.

Apenas a título de informação, a maioria dos integrantes da CPI da Covid é a favor do imediato início dos trabalhos de forma remota, alternando para presencial quando necessário, por exemplo, em casos de depoimentos e acareações.

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