Cotado para presidir a CPI da Covid, Omar Aziz tenta minimizar responsabilidade do governo Bolsonaro

 
Para quem anda entediado com a longeva e temida pandemia do novo coronavírus, que tem deixado milhões de pessoas enclausuradas, a CPI da Covid promete movimentar o País com episódios para lá de quentes. Caso o senador Renan Calheiros (MDB-AL) seja confirmado como relator da comissão, a situação do governo Bolsonaro será de extrema dificuldade, como já informamos em matérias anteriores.

No contraponto, o senador Omar Aziz (PSD-AM), cotado para presidir a CPI, já começa a jogar a favor do Palácio do Planalto. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Aziz procurou minimizar a responsabilidade do governo no enfrentamento da pandemia, como se tal defesa encontrasse espaço no campo da realidade.

“Não tem governo, seja de direita, centro ou esquerda, que não tenha cometido equívocos nessa pandemia. Em todos os Estados, está tendo morte. O João Doria é 100% contrário ao pensamento do Bolsonaro. São Paulo, por acaso, está vivendo um mar de rosas?”, disse o senador amazonense.

Aziz, violando a própria consciência, pode tentar proteger o governo no escopo da CPI da Covid, independentemente do tamanho da promessa palaciana, mas é impossível omitir o caos que se instalou no Amazonas, seu estado, com a falta de oxigênio hospitalar, que no começo deste ano levou dezenas de amazonenses à morte por asfixia.

 
Erros eventuais cometidos por governadores e prefeitos no âmbito da pandemia ocorreram pela ausência de coordenação do governo federal, além do negacionismo criminoso do presidente da República, que continua provocando aglomerações, criticou o uso de máscaras e o isolamento social, além de ter classificado a Covid-19 como “gripezinha”, “resfriadinho” e “coisa de marica”.

Não se trata de defender governantes que participaram de atos de corrupção evolvendo a compra de equipamentos hospitalares para enfrentar a pandemia, mas de exigir que as investigações sejam focadas na omissão do governo federal no enfrentamento da maior crise sanitária dos últimos cem anos.

Para piorar ainda mais a já difícil situação de Bolsonaro, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou estar certo da responsabilidade do governo na tragédia humana que provocou a pandemia. “Não há dúvida nenhuma que um dos principais culpados pela situação a que nós chegamos é o governo federal”, disse Jereissati.

É importante e necessário que a parcela de bem da sociedade, que não é adepta do negacionismo e contra a delirante teoria do “terraplanismo”, reaja com firmeza e rapidez a qualquer tentativa de manipulação da CPI por parte do Palácio do Planalto, pois não se pode concordar com um governo que trata com normalidade e desdém mais de 365 mil mortes em pouco mais de doze meses.

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