Derek Chauvin, o ex-policial acusado pelo homicídio de George Floyd, foi condenado nesta terça-feira (20) pelas três acusações que pesavam contra ele, após julgamento considerado como o mais importante envolvendo um caso de violência policial contra negros nos Estados Unidos nos últimos tempos.
A morte de Floyd ocorreu por asfixia, enquanto o Chauvin pressionava (por mais de nove minutos) seu joelho sobre o pescoço do negro de 46 anos, deflagrou uma série de protestos em várias partes do Estados Unidos e do planeta, movimento que reforçou a luta contra o racismo após décadas de excessos cometidos pela polícia contra as minorias.
Durante o julgamento, os 12 jurados ouviram depoimentos de 45 testemunhas, incluindo pessoas que estavam no local quando Chauvin deteve Floyd em uma rua de Minneapolis, de policiais, especialistas médicos, além de horas de imagens de vídeo que não deixam dúvidas a respeito do bárbaro crime que chocou o planeta.
A defesa afirma que Chauvin agiu como “um oficial de polícia sensato”. Os advogados tentaram denegrir a imagem de Floyd, alegando que sua morte em razão problemas cardíacos, uso de drogas e até pela fumaça do escapamento da viatura policial.
Contudo, um médico pneumologista afirmou durante o julgamento que Floyd morreu sufocado devido aos baixos níveis de oxigênio no sangue. O especialista rejeitou de maneira enfática a tese da defesa do policial de que o uso de drogas e problemas de saúde seriam a causa de sua morte.
“Uma pessoa saudável submetida ao que Floyd foi submetido teria morrido”, disse o médico, que é testemunha de acusação e analisou os registros do caso.
“Não consigo respirar”, repetiu Floyd diversas vezes, mas os policiais ignoraram seus apelos. A frase tornou-se símbolo de resistência contra a violência policial em todo os Estados Unidos.
Durante o julgamento, os parentes de Floyd se revezavam no único assento reservado para a família no tribunal. Antes da decisão do júri, o presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com membros da família por telefone. “Rezo para que o veredito seja o veredito correto”, disse o presidente.
Ao concluir a leitura do veredito, o juiz da Corte de Minneapolis suspendeu a liberdade provisória de Chauvin, que só foi possível por conta de fiança no valor de US$ 1 milhão, e determinou que o ex-policial fosse recolhido a uma unidade prisional da cidade.
A sentença deve ser anunciada em no máximo dois meses, mas projeções feitas por especialistas em Direito apontam que a pena a ser imposta a Derek Chauvin será de aproximadamente 40 anos de prisão. É a primeira vez na história dos EUA que um policial branco é condenado pela morte de um cidadão negro.
Os outros policiais envolvidos no episódio que terminou no assassinato de Floyd – Tou Thao, Thomas Lane e J. Alexander Kueng – também enfrentam acusações relacionadas ao caso e serão julgados separadamente no final de 2021.
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