Apenas 20 empresas produzem mais da metade do lixo plástico do planeta

 
A origem de mais da metade do lixo plástico descartável produzido em todo o planeta está em apenas 20 empresas, afirmou nesta terça-feira (18) a fundação australiana Minderoo.

Plásticos descartáveis, como máscaras, equipamentos médicos, sacolas de supermercado e copinhos são feitos de polímeros, a partir de combustíveis fósseis, como petróleo e gás. Esse tipo de plástico é difícil de ser reciclado e acaba, em sua maioria, no lixo. Apenas de 10% a 15% da produção é reaproveitada.

No topo da lista das principais produtoras de lixo plástico estão as empresas americanas ExxonMobil e Dow e a chinesa Sinopec. No nono lugar está a brasileira Braskem.

O relatório da Fundação Minderoo afirma ainda que 60% do financiamento para essa indústria vêm de 20 bancos de atuação global, que emprestaram quase 30 bilhões de dólares para a produção de polímeros desde 2011.

Em 2019, 130 milhões de toneladas métricas de plásticos descartáveis foram descartados no mundo, com 35% deles sendo queimados, 31% enterrados em depósitos de lixo e 19% simplesmente jogados no solo ou nas águas, afirmou a fundação no relatório.

 
Contribuição para o aquecimento global

Nos próximos cinco anos, a produção deverá aumentar até 30%, afirmou a fundação australiana. Como consequência, a fabricação de plásticos está se tornando cada vez mais um dos principais fatores que contribuem para o aquecimento global.

No atual ritmo, os plásticos descartáveis podem ser responsáveis por cerca de 5% a 10% de todas as emissões globais anuais de efeito estufa até 2050.

No prefácio do relatório, o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore afirma que empresas do setor petrolífero estão se voltando cada vez mais para a produção de plásticos porque dois de seus principais mercados, o de transportes e o de geração de eletricidade, estão sendo descarbonizados.

Ele ressaltou ainda que as crises climáticas e de resíduos plásticos estão cada vez mais interligadas, com a atmosfera sendo tratada como “um esgoto a céu aberto” para as emissões e os oceanos como “um aterro sanitário” para os plásticos.

A Minderoo defende que as empresas petroquímicas sejam obrigadas a divulgar sua “pegada de resíduos plásticos” e a se comprometer em aumentar a reciclagem de polímeros. A fundação pede ainda que bancos e investidores passem a financiar empresas que reciclam e produzem plásticos de maneira sustentável. (Com agências internacionais)

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