Com a prorrogação da CPI da Covid, “coitadismo” de Jair Bolsonaro perde eficácia e vai pelos ares

 
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), oficializou na noite de quarta-feira (14) a prorrogação dos trabalhos da CPI da Covid por mais noventa dias. O colegiado foi instalado em 27 de abril e seu prazo de funcionamento terminaria em 7 de agosto.

Com a leitura do requerimento de prorrogação por Pacheco, os trabalhos CPI poderão ser estendidos por mais três meses, até novembro. Senadores da CPI estimam que o relatório final, a cargo do senador Renan Calheiros (MDB-AL), será concluindo antes do prazo final.

As investigações da CPI da Covid têm sido uma fonte diária de desgaste para o governo de Jair Bolsonaro, sendo que a prorrogação representa nova derrota para o Palácio do Planalto. O requerimento para a prorrogação foi apresentado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e recebeu a assinatura de 34 parlamentares da Casa, sete a mais do que o mínimo necessário.

Bolsonaro, que está internado no Hospital Vila Nova Star, na cidade de São Paulo, explorou politicamente seu quadro de saúde, o que na opinião do UCHO.INFO configura vitimização em elevada potência. O presidente da República e pessoas próximas usaram as redes sociais para ressuscitar o atentado a faca ocorrido em setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral, associando o crime cometido por Adélio Bispo de Oliveira a partidos de esquerda, como PSOL e PT.

 
Investigações da Polícia Federal concluíram que Adélio Bispo agiu sozinho e sofre de distúrbios psiquiátricos. A Justiça Federal seguiu a conclusão dos inquéritos da PF e decidiu pela inimputabilidade do agressor.

Ultrapassa as fronteiras do oportunismo barato e rasteiro o fato de o presidente ter se deixado fotografar em leito do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, sem camisa e ligado a eletrodos, imagem que foi compartilhada e explorada nas redes sociais ao lado da hashtag “Quem mandou matar Bolsonaro”.

Se o chefe do Executivo imaginou que sua internação funcionaria como cortina de fumaça para os desdobramentos da CPI da Covid, o melhor que Bolsonaro pode fazer é mudar de estratégia o quanto antes ou criar novo enredo para ludibriar a opinião pública.

Afinal, o esquema de corrupção que marcou as negociações para a compra de vacinas contra Covid-19 está provado por documentos e depoimentos dos envolvidos, assim como inequívoco é o crime de prevaricação cometido pelo presidente, cuja popularidade está em queda livre, ao mesmo tempo que seu projeto de reeleição derrete com o avanço dos dias.

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