(Gisele Leite)
Cada vez mais pressionado pelas investigações realizadas pela CPI da Pandemia, o atual Presidente da República dobra a aposta no Centrão, colocando o senador Ciro Nogueira para assumir a Casa Civil, de onde fará a articulação política com Arthur Lira, o atual Presidente da Câmara dos Deputados.
Com isso, deu-se a saída do General Luiz Eduardo Ramos, que vai para a menos prestigiada Secretaria-Geral da República, onde também está Onyx Lorenzoni. E, este, irá ser Ministro do Emprego e Previdência, retirados do superministério da Economia.
Interessante que toda essa articulação se deu a sorrelfa do General Ramos, que apenas fora comunicado em cima da hora por Bolsonaro a respeito da demissão. E, confesso que fora atropelado pelo trem (admitiu para o jornal Estadão). General Ramos é aquele que se vacinou de forma oculta, para não desagradar Bolsonaro.
Registre-se ainda que Ciro Nogueira irá investir para levar Bolsonaro de volta para o PP, bem como outros integrantes do governo atual.
Desta forma, Bolsonaro entregou enfim a política aos profissionais, rebaixando o Exército e, arranhou ainda mais o prestígio do Ministro Paulo Guedes. E a crise política se fortaleceu, pois através de interlocutores, o Ministro da Defesa, Walter Braga Netto, avisou a Arthur Lira, que, sem voto impresso não haveria eleição em 2022, o que repete a ameaça feita por Bolsonaro em livre recente.
Arthur Lira, no entanto, advertiu que não embarcaria em aventura golpista. A ameaça de Braga Netto coincidiu com a exposição na CPI da Pandemia de um núcleo militar na suposta corrupção existente no Ministério da Saúde,
Braga Netto, porém, veio a público desmentir a dita ameaça que fora divulgada pelo Estadão. Enquanto isto, as pesquisas do PoderData a respeito da aprovação de Bolsonaro e seu governo aponta que há cerca 56% que reconhece como ruim ou péssimo, havendo a margem de erro de dois pontos. Enfim, conclui cerca de 62% de desaprovação da gestão presidencial.
Não sei, se diante da contundência das pesquisas acima mencionadas, e de uma possível não reeleição do atual Presidente da República, na falta da aprovação do voto impresso, a única saída será mesmo não ocorrer eleição em 2022.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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