Primeira judoca a conquistar três medalhas consecutivas em Jogos Olímpicos, na manhã desta quinta-feira (horário de Brasília), Mayra Aguiar, 29 anos, não escondeu a emoção após conquistar o bronze em Tóquio.
“Desculpa, não estou conseguindo falar, estou emocionada. Acho que é a conquista mais importante para mim. Foram difíceis os últimos tempos, bem difíceis, tem de superar, superar de novo e de novo. Não aguentava mais fazer cirurgia, ainda mais no momento que vivemos, tive medo, angústia. Mas continuei”, disse Mayra, em entrevista para a TV Globo.
Mayra enfrentou o medo e a angústia durante os treinos preparatórios para garantir vaga na Olimpíada de Tóquio, já que meses antes passou por cirurgia no joelho.
A atleta dos tatames agradeceu o apoio da família e disse estar cansada. “Dar o nosso melhor vale a pena. Estou bem emocionada. Muito importante para mim. Não conseguiria nada sem minha família, me apoiaram em tudo e estavam comigo nos momentos mais complicados. Obrigada por me apoiar, por me aguentar, eu sou bem chata, às vezes. Energia boa. TPM, cansada, com dor, mas eles estavam sempre comigo”, declarou.
A judoca destacou que treinos no solo a ajudaram na vitória decisiva para a conquista da medalha de bronze na capital japonesa. “Agradeço meus técnicos, pelo apoio, todos eles. Que me fazem levantar todos os dias. Obrigada por estarem ali. Beijo para o seu Moacir. Me fez amar luta no chão. Pensei: “não vou soltar, tenho potencial para ganhar essa luta”. Beijão a todos. Obrigada de coração”, disse.
O bronze em Tóquio veio após vitória por “ippon” (golpe perfeito) sobre a sul-coreana Hyunji Yoon. Mayra chegou a perder nas quartas de final em confronto com a alemã Anna-Maria Wagner, número 3 do mundo, em luta decidida no “golden score”.
Na repescagem, venceu disputa equilibrada contra Aleksandra Babintsevaa, do Comitê Olímpico Russo (ROC). A adversária, porém, recebeu três shidos (advertência, penalidade leve) por fugir do combate e a brasileira foi declarada vencedora. Sorridente no pódio, Mayra olhou firmemente para a medalha antes de colocá-la no peito e comemorar.
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