As afirmações mentirosas do presidente Jair Bolsonaro sobre o sistema de votação, feitas durante transmissão pela internet, na noite desta quinta-feira (29), levaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a reagir.
Aos jornalistas, o TSE encaminhou inúmeras checagens que desmontam o discurso irresponsável de Bolsonaro sobre alegadas fraudes nas urnas eletrônicas. O presidente da República firmou em sua “live” semanal disse que nas eleições de 2018 as urnas apresentaram problemas nas teclas, o que teria creditado votos ao então candidato do PT, Fernando Haddad. De acordo com o TSE, tal afirmação é improcedente, pois a alegação de alguns eleitores decorre de confusão no momento de votar para presidente e para governador.
Em outro ponto da transmissão, Bolsonaro disse que apenas três países usam a urna eletrônica, entre eles o Butão. O TSE informou à imprensa que 23 países usam urnas eletrônicas em eleições gerais., sendo que outras 18 nações usam em pleitos regionais. “Entre os países estão o Canadá, a Índia e a França, além dos Estados Unidos, que têm urnas eletrônicas em alguns estados”, apontou a checagem da Corte eleitoral.
Em vários momentos da “live”, o presidente da República afirmou que a apuração dos votos será feita “pelos mesmos que tornaram o ex-presidente Lula (PT) elegível e que o tiraram da cadeia”. Ao contrário do que disse Bolsonaro, a apuração é feita de forma pública e transparente, não existindo sala secreta para a contagem de votos.
Após prometer apresentar provas sobre fraudes nas eleições de 2014, Bolsonaro não conseguiu comprovar as denúncias estapafúrdias que faz há quase três anos. O presidente alega ter vencido a última corrida presidencial no primeiro turno, mas jamais provou.
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Ademais, o presidente resolveu inverter o ambiente de denúncias, cobrando do TSE provas de que a urna eletrônica não é “fraudável”. Não há como fraudar as urnas, pois o processo de votação ocorre “off line”, ou seja, sem que os equipamentos estejam conectados à internet. Isso impede a ação de “hackers”.
Além disso, como citamos em matéria anterior, na esfera do Direito o “ônus da prova cabe a quem acusa, não ao acusado”. Mesmo assim, o presidente insiste em desacreditar o sistema eleitoral brasileiro como forma de justificar previamente eventual derrota em 2022.
Encerrada a transmissão, políticos reagiram às absurdas declarações de Bolsonaro. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) usou as redes sociais para mostrar sua indignação diante dos constantes ataques à democracia.
“Não sei o que é pior: um presidente tão estúpido que acredita em teorias conspiratórias de WhatsApp ou um tão canalha que inventa as teorias conspiratórias de WhatsApp. No final das contas dá no mesmo, são ataques diários contra a democracia. É uma doença que vamos curar no voto”, escreveu Alessandro Vieira no Twitter.
O senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu a união de todos contra “um sistemático ataque à democracia”. “Já não é mais bravata. O presidente Bolsonaro faz um ataque sistemático à democracia brasileira. Cabe a todos nós, que defendemos o Estado Democrático de Direito, deixarmos de lado as nossas diferenças e nos unirmos contra essa tentativa de desmoralizar as nossas instituições”, publicou o petista no Twitter.
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