Covid-19: variante delta pode provocar casos mais graves da doença, alerta agência dos EUA

 
A variante delta do novo coronavírus é muito mais contagiosa, tem maior probabilidade de atravessar as proteções oferecidas pelas vacinas contra a Covid-19 e é capaz de deixar os infectados mais gravemente doentes do que as outras conhecidas mutações do vírus SARS-CoV-2.

Os dados constam de documento interno do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), obtido pelos jornais ‘The Washington Post” e “The New York Times”.

No início desta semana, a diretora da agência americana, Rochelle Walensky, já havia afirmado que indivíduos vacinados contra a Covid-19 que se infectam com a variante delta podem transmitir o vírus da mesma forma que pessoas não vacinadas, segundo novos estudos.

No entanto, o documento interno do CDC apresenta visão mais ampla – e mais sombria – sobre essa variante, detectada pela primeira vez na Índia. O próximo passo imediato para a agência é “reconhecer que a guerra mudou”, afirma o texto.

O relatório se baseia em vários estudos, incluindo uma análise sobre um surto recente de Covid-19 em Provincetown, Massachusetts, que teve início após as festividades de 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos. Até quinta-feira (29), o surto já somava 882 casos da doença. Cerca de 74% dos infectados estavam vacinados, segundo autoridades de saúde locais.

Uma análise detalhada da propagação dos casos em Provincetown, que envolveu um meticuloso rastreio dos contatos das pessoas envolvidas, revelou que os infectados carregam enormes quantidades do SARS-Cov-2 no nariz e na garganta, independentemente de se estão vacinados ou não, afirma o documento do CDC.

 
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O relatório da agência destaca que a variante delta seria tão transmissível quanto o vírus da catapora e mais do que os vírus que causam MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), ebola, resfriado comum, gripe sazonal e varíola.

Uma infecção com essa variante também pode resultar em sintomas mais graves da doença, informa o documento. Estudos feitos no Canadá e na Escócia mostraram que pessoas infectadas com a delta têm maior probabilidade de serem hospitalizadas, enquanto pesquisas em Cingapura indicaram que é mais provável que elas necessitem de oxigênio.

Recentemente, o CDC recomendou que mesmo os americanos inteiramente vacinados voltem a usar máscaras protetoras, e esse recuo se baseou no documento interno obtido pela imprensa norte-americana.

Vacinas altamente eficazes

Em tom de urgência, o relatório afirma que agora os esforços precisam se voltar a incentivar a vacinação. Os números do CDC mostram que as vacinas contra a Covid-19 são altamente eficazes na prevenção de doenças graves, hospitalização e morte em pessoas inoculadas, frisam os especialistas no documento.

“Em geral, a delta é a variante problemática que já sabíamos que ela era”, afirmou o virologista John Moore, da faculdade Weill Cornell Medicine, ao jornal “The New York Times”. “Mas o céu não está caindo, e a vacinação ainda protege fortemente contra os piores resultados.”

Em números absolutos, os Estados Unidos são o país mais gravemente afetado pela pandemia do novo coronavírus. Ao todo, mais de 34 milhões de americanos foram infectados, e mais de 612 mil morreram em decorrência da doença, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins. Até agora, 49% da população do país foi completamente imunizada contra o vírus.

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