A dupla Martine Grael e Kahena Kunze conquistou, nesta terça-feira (3), a medalha de ouro na classe 49er FX da vela. Terceiras colocadas na “medal race”, Martine e Kahena tornaram-se bicampeãs olímpicas da categoria por concluírem a prova à frente das principais adversárias por um lugar no pódio. A prata ficou com a Alemanha, enquanto o bronze foi para a Holanda.
As velejadoras brasileiras, que fizeram excelente regata, acertaram ao escolher caminho diferente das principais adversárias. A dupla passou na terceira posição na primeira e na segunda boia, atrás apenas dos barcos da Argentina e da Noruega. Passaram a terceira boia na mesma posição e restou ultrapassar a linha de chegada para confirmar a medalha de ouro para o Brasil.
Na primeira regata, Martine e Kahena ficaram na 15ª posição, pior colocação que tiveram no Japão. A dupla acabou se acostumando com a imprevisibilidade da Baía de Enoshima, que alterna ventos fortes e fracos e enfrenta possibilidade de chegada de tufão.
A “medal race” deveria ter ocorrido na segunda-feira, mas as condições meteorológicas e a falta de vento obrigaram os organizadores a cancelar as regatas do dia. “É normal isso acontecer. Nos Jogos do Rio isso ocorreu também. A gente depende do vento para velejar”, explicou Torben Grael, chefe da equipe brasileira de vela.
Esta foi a 19º medalha da vela brasileira na história dos Jogos Olímpicos e a única conquistada pela modalidade até o momento em Tóquio. É também o nono pódio da família Grael, que tem em Torben, pai de Martine, o principal expoente. Ele disputou seis edições dos Jogos Olímpicos e ganhou duas de ouro (Atlanta-1996 e Atenas-2004), uma de prata (Los Angeles-1984) e duas de bronze (Seul-1988 e Sydney-2000).
Tio de Martine, Lars Grael competiu em quatro Olimpíadas e conquistou duas medalhas de bronze (Seul-1988 e Atlanta-1996). Outro integrante da família é Marco Grael, irmão de Martine, que competiu em Tóquio na classe 49er, mas acabou na 16ª posição geral e não se classificou para “a medal race”.
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