PEC do voto impresso é rejeitada em comissão especial da Câmara; maior derrotado é Bolsonaro

 
Depois dos muitos ataques ao sistema eleitoral brasileira e das inúmeras mentiras sobre as urnas eletrônicas, o presidente Jair Bolsonaro sofreu enorme derrota na Câmara dos Deputados, na noite desta quinta-feira (5).

A comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso rejeitou, por 23 votos a 11, o parecer favorável ao tema elaborado pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR).

Apesar de rejeitada, a proposta deve ser levada a votação no plenário da Câmara, pois as comissões especiais têm caráter opinativo, não conclusivo. A palavra final sobre PECs cabe ao plenário, onde os 513 deputados poderão votar. Por se tratar de uma PEC, a aprovação depende dos votos de ao menos três quintos dos deputados, ou seja, 308 parlamentares, em duas votações

O deputado Junior Mano (PL-CE) foi designado novo relator da PEC do voto impresso, que produzirá relatório a favor do arquivamento da matéria. Considerando o placar desta quinta-feira, o relatório de Mano deverá ser aprovado pela maioria.

A votação do novo relatório na comissão especial está prevista para sexta-feira (6), sendo que a análise pelo plenário depende de agendamento por parte do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não tem prazo máximo para pautar o tema.

 
De autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), bolsonarista ferrenha e de primeira hora, a PEC do voto impresso, para valer nas eleições de 2022, precisaria ser aprovada até outubro, assim como qualquer mudança nas regras eleitorais vigentes.

Em julho, antes do recesso parlamentar, deputados governistas, favoráveis ao voto impresso, manobraram para evitar uma derrota na comissão especial. Até mesmo o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), participou remotamente da sessão e agiu para adiar o fracasso.

A defesa do voto impresso, um retrocesso em termos eleitorais, tem sido usada por Bolsonaro para, de forma antecipada, justificar eventual derrota na corrida presidencial do próximo ano, não sem antes criar um ambiente propício para repetir no Brasil o que aconteceu no Capitólio, invadido por apoiadores do descontrolado Donald Trump.

O tema contrapôs Bolsonaro e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, defensor das urnas eletrônicas e alvo de ataques e ameaças do chefe do Executivo.

Arthur Lira (PP-AL), por sua vez, diz confiar nas urnas eletrônicas, mas repentinamente passou a defender a implantação de um meio de auditagem dos votos, o que já acontece ao final de cada eleição e com a presença de autoridades e representantes partidários e da sociedade civil.

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