O governo de Israel anunciou nesta segunda-feira (23) que oferecerá vacinas contra a Covid-19 a estudantes dentro das escolas, no horário letivo. O objetivo é garantir o retorno das aulas presenciais na próxima semana, quando se inicia o ano letivo no país, em meio a um aumento no número de casos de infecção.
“Os alunos serão vacinados nas dependências das escolas durante o horário escolar, perante autorização dos pais”, disse o governo em comunicado, confirmando o retorno das aulas para 1º de setembro. Cerca de 30% dos adolescentes de 12 a 15 anos receberam duas doses de vacinas contra a Covid-19 em Israel, índice muito abaixo das outras faixas etárias. O país tem vacinado cidadãos a partir de 12 anos de idade, mas em casos específicos, como sérias comorbidades, crianças a partir de 5 anos também estão sendo inoculadas.
Para garantir a segurança no ambiente escolar a partir da próxima semana, o plano de reabertura das escolas também exige que os alunos com menos de 12 anos levem a aprovação dos pais para a realização de um teste de coronavírus no primeiro dia de aula.
Em cidades com altas taxas de infecção, as aulas do ensino médio só poderão ocorrer presencialmente se 70% dos alunos estiverem vacinados. Do contrário, o ensino deverá ser online.
Alguns membros do governo se opuseram inicialmente à imunização nas escolas. Em julho, a ministra da Educação, Yifat Shasha-Biton, afirmou que os alunos poderiam se sentir pressionados pelos colegas a se vacinarem.
No entanto, nesta segunda-feira ela comemorou a retomada das aulas. “Abrindo o ano letivo – vital para a estabilidade e resiliência mental dos alunos”, escreveu no Twitter.
Apesar da imunização nas escolas, Ran Balicer, presidente do painel nacional de especialistas de Israel sobre a Covid-19, alertou em entrevista à rádio pública que “é claro que não será possível prevenir completamente as infecções”.
Testes de anticorpos em crianças
No domingo (22), Israel lançou uma pesquisa sorológica nacional focada em crianças de 3 a 12 anos ainda não elegíveis para vacinas contra a Covid-19. O objetivo é mapear quantos alunos não vacinados desenvolveram proteção contra o coronavírus, após uma infecção assintomática ou não notificada, por exemplo.
Autoridades locais fizeram um apelo para que os pais levem suas crianças para a realização do teste sorológico, que é gratuito, dura cerca de 15 minutos e é feito através de uma picada no dedo.
Crianças com anticorpos suficientes não serão forçadas à quarentena quando expostas a um colega com Covid-19, em uma medida que visa limitar as interrupções no ano escolar.
Em um local de teste na cidade costeira de Netanya, uma mãe ficou surpresa ao descobrir que seu filho já fora infectado. “Meu filho obteve um resultado positivo para anticorpos do coronavírus, aparentemente ele ficou doente e não sabíamos”, disse ela à agência de notícias AFP. “Isso significa que agora ele receberá um ‘passe verde’ e poderá ir para a escola com segurança.”
Um programa-piloto conduzido na semana passada, focado principalmente em comunidades judaicas ultraortodoxas, descobriu que cerca de um quinto das crianças desenvolveu anticorpos, informou a rádio do exército no domingo.
Aumento dos casos de Covid-19
Israel foi um dos primeiros países a lançar sua campanha de vacinação contra a Covid-19, em meados de dezembro do ano passado, por meio de um acordo com a Pfizer-BioNTech para obter milhões de doses de vacinas em troca do compartilhamento de dados sobre a eficácia do imunizante.
A campanha de vacinação foi considerada internacionalmente como um exemplo de sucesso, ajudando a reduzir drasticamente as infecções.
No entanto, com a disseminação da variante delta o número de casos aumentou significativamente nas últimas semanas, pressionando o governo israelense a impor novas restrições e a aplicar uma terceira dose da vacina em pessoas com mais de 40 anos.
O Ministério da Saúde de Israel anunciou no domingo que a terceira dose melhorou significativamente a proteção contra infecções e casos graves da doença entre pessoas com mais de 60 anos, em comparação com aquelas que receberam duas doses. De acordo com um estudo, a proteção é de cinco a seis vezes maior após dez dias, contra casos graves da doença e hospitalizações.
De acordo com o Ministério da Saúde israelense, nesta segunda-feira o país de 9,4 milhões de habitantes registrou 6.467 novos casos de Covid-19, com 1.142 pessoas hospitalizadas. (Com agências internacionais)
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