Bolsonaro surpreende equipe econômica ao anunciar “vale diesel” para caminhoneiros, que ameaçam parar

 
Até o início desta semana, o presidente Jair Bolsonaro e integrantes da cúpula do governo tratavam com indiferença o anúncio de que os caminhoneiros, em estado de greve desde o dia 16 passado, cruzarão os braços em 1º de novembro, caso o preço do óleo diesel não seja reduzido.

A Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas informou ao governo federal e a autoridades parlamentares sobre a paralisação, alegando que a decisão da categoria é “motivada pelos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis e outras pautas”.

Em documento enviado a autoridades do Executivo e do Legislativo e assinado pelo presidente da bancada, deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), a frente parlamentar afirma estar disposta a “auxiliar nos diálogos e propostas de solução com representantes dos caminhoneiros”.

Nesta quinta-feira (21), dia em que o governo concluiu acordo para alterar o teto de gastos, o que permitirá um rombo de R$ 32 bilhões para viabilizar o Auxílio Brasil, o presidente da República anunciou a criação de um benefício para caminhoneiros, sem informar a fonte de custeio.

 
“Números serão apresentados nos próximos dias, vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão ajuda para compensar aumento do diesel”, afirmou Bolsonaro durante evento em Sertânia (PE), sem dar detalhes sobre a medida. Se confirmado, o auxílio custará R$ 3,9 bilhões ao contribuinte.

O auxílio à categoria está estimado em R$ 400 mensais e será pago de dezembro próximo até o final de 2022. Com essa decisão, que ainda depende de acordo com o Congresso Nacional e de espaço no Orçamento, o governo, em apenas uma semana, acena com duas manobras meramente populistas e eleitoreiras, visando eventual recuperação da popularidade de Jair Bolsonaro, que em 2018 incentivou a paralisação dos caminhoneiros.

Com a decisão palaciana de furar o teto de gastos por meio de invencionice fiscal acertada entre a equipe econômica e o grupo político, o governo terá uma folga de R$ 86 bilhões para custear as promessas de Bolsonaro e financiar seu projeto de reeleição. Mesmo assim, a equipe do ministro Paulo Guedes ficou surpresa com o anúncio do presidente.

No governo, o entendimento é que o melhor caminho é a criação do “vale diesel”, como forma de evitar ingerência na política de preços da Petrobras. A grande questão está na errática política econômica do governo Bolsonaro, que com a disposição de fura o teto de gastos faz com que o cenário torne-se ainda mais perigoso e assustador.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.