Nem tudo o que o ex-juiz Sérgio Moro planejou em termos políticos está a seguir o roteiro. Após transgredir a legislação vigente no País, no âmbito do julgamento de ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, abrindo caminho para a anulação de vários processos sobre o maior escândalo de corrupção da história nacional, Moro apostou em questionável popularidade e embarcou no governo de Jair Bolsonaro como ministro da Justiça.
Acreditando que sua chegada no universo político seria um facilitador para eventual candidatura à Presidência da República, Moro continua sem definir o próprio futuro. Enquanto isso, o ex-juiz continua como sócio-diretor da consultoria internacional Alvarez & Marsal, responsável pela recuperação judicial da Odebrecht, um dos pilares do Petrolão.
Em recente passagem pelo Brasil, Moro reuniu-se com alguns pretendentes ao Palácio do Planalto, mas deixou a decisão sobre possível candidatura para meados de novembro.
O Podemos anunciou há dias a filiação de Sérgio Moro ao partido, na expectativa de ter o ex-juiz da Lava-Jato como um forte nome da terceira via para disputar a Presidência contra Bolsonaro e Lula. Mas essa empreitada eleitoral não é tão fácil quanto parece.
Diante da polarização política em marcha no País, Moro poderá concorrer ao Senado Federal por São Paulo. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”.
Em 2022, de acordo com as regras eleitorais, cada unidade da federação elegerá um senador. Em 2026, cada estado elegerá dois senadores. No caso de São Paulo, a vaga em disputa é a ocupada atualmente pelo senador José Serra (PSDB), licenciado do mandato por razões de saúde.
A eventual candidatura de Moro ao Senado favoreceria eleitoralmente o governador de São Paulo, João Dória Júnior (PSDB), que nas prévias do partido disputará o direito de concorrer à Presidência da República.
Contudo, com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), conquistando cada vez mais apoio no ninho tucano, Dória corre o risco de ficar pelo caminho, já que seu candidato ao Palácio dos Bandeirantes é o atual vice Rodrigo Garcia, que recentemente se filiou ao partido.
Fato é que Sérgio Moro, ainda empacado nas pesquisas de opinião, percebeu que uma candidatura à Presidência não é algo tão fácil e simples quanto combinar acusações com os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. Em suma, o ex-juiz descobriu que o jogo da política é pesado e para profissionais.
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