Pária ambiental morto de vergonha

(*) Gisele Leite

Se fosse possível morrer de vergonha, com certeza o Brasil morreria. Depois de uma pífia participação na Conferência do G20 na Itália, o país promete zerar desmatamento ilegal em sete anos, sem lembrar dos recordes de devastação recente. Seja no G20 ou na COP, nosso país se isola do mundo. Depois de três décadas de sediar a Rio-92, a reunião de cúpula da ONU sobre o meio-ambiente, o país chegou recentemente à Conferência sobre Mudanças Climáticas na condição de pária ambiental.

O atual Presidente da República gravou mensagem em vídeo e decidiu não comparecer, nem mesmo enviar o Vice-Presidente General Hamilton Mourão.

O representante mais expressivo de nosso país no encontro internacional é o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que segue aplicando a política ambiental que já levou o país a ser denunciado na ONU. Nossa média, que era de sete por cento, no Brasil estas aumentaram para nove e meio por cento ao ano por emissão de gases do efeito estufa.

Sem contar que às vésperas da conferência, o Programa Nacional de Crescimento Verde é visto como vago, impreciso e não deve livrar o país das críticas internacionais mais contundentes. Dez governadores do Consórcio Brasil Verde participam para oferecer um contraponto às políticas federais.

Outro dado contundente nos dá contundente, pois Bolsonaro foi o único líder presente no encontro do G20 não vacinado, e, assim exaltou em seu discurso a campanha de vacinação no país. Elogiou um imposto mínimo global que, na avaliação de seletos economistas, favorece os países ricos.

Em conversa informal, o atual Presidente da República brasileiro mentir sobre sua popularidade bem como sobre a recuperação da economia brasileira, além de imputar a culpa de ser criticado na imprensa. O mesmo presidente passou o domingo na Itália e produziu dois incidentes. O primeiro, com jornalistas brasileiros que foram agredidos por seguranças de Bolsonaro, que hostilizou os profissionais durante toda caminhada.

E, o segundo incidente, em entrevista a uma TV italiana e sem apresentar nada parecido como prova, associou o ex-presidente Lula ao tráfico internacional de drogas, através de supostas ligações com as FARC. Evidentemente, o mesmo Comandante da Nação ocultou sobre as imputações que pesam sobre ele e seus familiares, inclusive, com associação a grupos de milicianos.

E, o STF através do Ministro Alexandre Moraes determinou no último sábado que a CPI da Pandemia apresente em quarenta e oito horas mais informações sobre o pedido de banimento de Jair Bolsonaro das redes sociais. A AGU entrou com ação no STF em nome do atual Presidente da República contra a proposta. Contabiliza-se que chegou ao número de trinta e três vídeos de Bolsonaro que foram banidos pelo YouTube por disseminação de mentiras a respeito da Covid-19.

Os líderes integrantes do grupo das maiores economias do globo (G-20) expressaram, no sábado, apoio a um acordo para a criação de um imposto corporativo global. O projeto que já havia sido acertado em reuniões anteriores entre os principais países, prevê a cobrança de um imposto mínimo de quinze por cento das multinacionais a partir de 2023.

A taxação, que poderia realocar mais de US$ 125 bilhões de lucros de cerca de 100 das maiores empresas para países do mundo todo, foi aprovada pelos ministros de Finanças do G20 em julho, após 136 países, entre os quais o Brasil, assinaram um acordo mediado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.

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