Viagem de Bolsonaro à Itália, onde participou do G20, é o mais novo monumento à vergonha nacional

 
Ao Brasil mais uma vez foi alvo de vergonha internacional, fruto da delinquência intelectual e ideológica do presidente Jair Bolsonaro, que foi à Europa para passar a falsa sensação que tem apoio além das fronteiras nacionais. Os grupelhos que se aglomeraram no entorno do presidente em Roma e em Pádua sequer miram a dura realidade brasileira, nem mesmo de binóculos. Formados por ignaros em termos políticos, tais grupos defendem a mesma tese tosca incensada por Bolsonaro: a de que o retorno da esquerda ao poder arruinará o País, como se a ruína já não estivesse consumada.

Abandonado pela maioria dos líderes globais que participaram do G20, o que lhe rendeu o status de pária internacional, Bolsonaro recheou sua agenda com visitas a pontos turísticos da capital italiana, sem contar os passeios para encontrar apoiadores, enquanto sua segurança avançava com violência contra jornalistas.

A decisão do presidente de não participar da COP 26, em Glasgow (Escócia), algo anunciado, esvaziou sobremaneira as promessas do Brasil para reduzir o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa. Bolsonaro tinha ciência de que sua presença em Glasgow seria um fiasco com direito a enorme repercussão, o que comprometeria ainda mais seu projeto de reeleição, que derrete com o passar dos dias.

 
Bufão internacional, Bolsonaro preferiu se reunir com Matteo Salvini, líder da Liga Norte, partido da ultradireita italiana, no afã de vender a ideia de que goza de prestígio no Velho Mundo. Na verdade, o Bolsonaro só encontra receptividade portas abertas com governantes e políticos adeptos do totalitarismo, mesmo que travestido de democracia.

O ponto alto da visita de Bolsonaro à Itália foi a participação em ato solene em homenagem aos mais de 450 pracinhas que morreram na Segunda Guerra Mundial. O evento ocorreu no cemitério San Rocco, em frente ao monumento ao Soldado Desconhecido, erguido em memória dos militares brasileiros.

Causa espécie o fato de Bolsonaro e Salvini, e seus respectivos séquitos, participarem de homenagem aos militares que deram a vida para combater o nazifascismo, já que ambos são dignos representantes dos movimentos ideológicos derrotados na Segunda Grande Guerra.

O despreparo de Jair Bolsonaro, algo destacado pelo UCHO.INFO desde a campanha de 2018, ganhou reforço no momento em que o brasileiro referiu-se a John Kerry, secretário dos EUA para assuntos climáticos, como Jim Carrey, ator e comediante norte-americano. Em suma, a declaração de Bolsonaro, além de absurda, foi estuporosa.

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