Bolsonaro mente mais uma vez ao negar agressões e intimidações a jornalistas brasileiros em Roma

 
Quando se vê em situações de dificuldade, o presidente Jair Bolsonaro não hesita em mentir, como fez recentemente durante depoimento à Polícia Federal sobre alegada interferência política no órgão. O chefe do Executivo recorre à mitomania sem qualquer cerimonia, pois necessita criar uma narrativa em que faz o papel de vítima.

A mais nova mentira de Bolsonaro envolve as agressões a jornalistas brasileiros que acompanhavam sua passagem por Roma, onde participou da cúpula do G20. Nesta segunda-feira (8), o presidente acusou veículos da imprensa brasileira de tentarem responsabilizá-lo pelo episódio.

Em entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu dez dias para que ele explique as agressões a jornalistas na capital italiana.

Em 31 de outubro, jornalistas credenciados e identificados que cobriam a visita de Bolsonaro à capital italiana foram agredidos durante caminhada da comitiva presidencial pelo centro de Roma, enquanto apoiadores gritavam “Globolixo” e assessores do presidente assistiam à cena sem qualquer reação.

 
A desfaçatez de Jair Bolsonaro é tamanha, que ele ousou classificar as agressões contra os jornalistas como “atrito”. “Depois fiquei sabendo de um atrito que houve – não agressão, não houve soco, pancada, nada –, foi com os carabineiros italianos; que eles, juntamente com o GSI, que faz a minha segurança em qualquer lugar do mundo, tiveram um entrevero… Pessoal da Folha, UOL e Globo”, disse o presidente.

“Porque eles começaram a me agredir, mesmo lá de trás, falando coisas absurdas. E quando um tentou se aproximar de mim foi barrado pelos carabineiros, pela polícia italiana. Nada mais além disso. Não vi acontecer nada a não ser uma gritaria lá. Agora querer me responsabilizar por causa disso é uma falta de responsabilidade por parte desses três órgãos de imprensa”, declarou.

Bolsonaro é um delinquente intelectual mimado que não aceita ser confrontado, por isso reage de maneira estapafúrdia e condenável, seja de moto próprio, abandonando entrevistas e ofendendo os que o questionam, seja por terceiros, com agressões físicas.

O presidente sabe do esfacelamento do seu plano de reeleição, por isso tenta criar factóides para agradar ao “talibã bolsonarista”, que continua apoiando um candidato a tiranete que flerta com o autoritarismo e afundou o País em gravíssima crise econômica, não sem antes fomentar a corrupção, que ele próprio disse que combateria.

Configura excesso de inocência esperar atitude diferente de um neofascista que exalta ditadores facinorosos e homenageia torturadores, como Carlos Alberto Brilhante Ustra, o algoz do DOI-Codi.

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