Bolsonaro mostra que sentiu o golpe e diz que Moro “não sabe o que é ser presidente nem ser ministro”

 
Faltando menos de um ano para as eleições de 2022, a temporada de “tiroteio verbal” já começou. Na quarta-feira (10), durante evento em que se filiou ao Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro atacou possíveis adversários, sem citar nomes, em especial o presidente Jair Bolsonaro, a quem serviu como ministro da Justiça.

Em permanente campanha desde a corrida presidencial de 2018, Bolsonaro não perdeu tempo e nesta quinta-feira (11) revidou o ataque inominado, provando que sentiu o golpe. Em conversa com apoiadores que diariamente se aglomeram no cercadinho do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo disse que Sérgio Moro “não sabe o que é ser presidente nem ser ministro”.

“Não aprendeu nada, não aprendeu nada. Um ano e quatro meses ali [no ministério], não sabe o que é ser presidente nem ser ministro”, afirmou Bolsonaro. “Vocês gostaram do discurso lido pelo cara ontem? Eu assisti porque foi meu ministro, né. Leu o discurso, com dois teleprompter lá”, completou.

 
A alegação de que assistiu ao discurso de Moro pelo fato de o ex-juiz da Lava-Jato ter sido ministro faz de Bolsonaro um fracassado animador de auditório. Afinal, se Moro não tem competência para ser presidente e ministro, segundo Bolsonaro, acompanhar o discurso foi perda de tempo. Na verdade, o presidente da República sabe que o ex-ministro pode lhe causar sérios prejuízos eleitorais.

Sobre o fato de Sérgio Moro ter lido o discurso e contado com a ajuda de dois teleprompters, o presidente não é a pessoa mais indicada para tratar do assunto. Bolsonaro demonstra inequívoca dificuldade ao ler seus discursos, mesmo com ajuda de teleprompter. Além disso, o presidente, ignorando a liturgia do cargo, vale-se no cotidiano de um linguajar tosco que envergonha qualquer cidadão dotado de bom-senso.

Bolsonaro e Moro são dois dignos representantes do que há de pior na política nacional, ambos com vocação para o retrocesso. Que ninguém acredite no discurso moralista do ex-juiz, pois condenar com base em indícios, não em provas, exala o olor da perseguição. E nesse quesito os dois – Bolsonaro e Moro – são idênticos. Em suma, como prega a sabedoria popular, o roto decidiu falar mal do esfarrapado.

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