Disposto a conquistar mais um mandato presidencial, Jair Bolsonaro sabe que sua pretensão eleitoral está a derreter na esteira de uma crise social e econômica que tende a piorar em 2022, ano de eleições.
Para minimizar os resultados das pesquisas eleitorais, nas quais aparece como derrotado em todas as simulações, Bolsonaro acionou a alavanca do “jogo sujo” e começa a disparar críticas grosseiras aos principais adversários.
A “bola da vez” na artilharia presidencial é o ex-juiz Sérgio Moro, que se filiou ao Podemos em novembro com o intuito de concorrer ao Palácio do Planalto. Responsável por julgar, em Curitiba, ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, Moro é calouro em termos eleitorais e ainda tem “gordura” para queimar até outubro do próximo ano, mas não significa que sua candidatura, ainda não oficializada, pode ser considerada “pule de dez”.
Dirigentes de vários partidos reavaliaram as análises do cenário eleitoral e apostam que em no máximo três meses Moro aparecerá à frente de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais. Contudo, é importante ressaltar que há enorme diferença entre chegar a determinado patamar e manter-se na posição.
Na sua sempre enfadonha “live” semanal, Jair Bolsonaro mirou em Moro, chamado de “mentiroso deslavado” e “palhaço” pelo presidente da República. Que Bolsonaro é um desqualificado com todas as letras os brasileiros coerentes já sabem, mas os ataques ao ex-juiz revelam desespero por parte do chefe do Executivo, que cada vez mais perde popularidade.
“Fica fazendo campanha na base da mentira. Aprendeu rápido, hein, Sergio Moro?”, afirmou o presidente. “Esse cara está mentindo descaradamente”, disse. “Está se comportando como jornalista da Folha ou do Antagonista, ao qual [sic] ele sempre colaborou”, emendou Bolsonaro.
Sem ter muita munição contra o ex-ministro da Justiça, Bolsonaro voltou a afirmar que Moro tentou garantir sua indicação ao Supremo Tribunal Federal no âmbito da discussão sobre a troca do comando da Polícia Federal.
Ao contrário do que afirmou o presidente, Moro não impôs tal condição, como ficou claro em mensagem trocada com a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). Mesmo assim, Bolsonaro disparou: “Saiu pela porta dos fundos, traindo a gente.”
Como sempre afirmamos, com destaque desde a campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro é a personificação do embuste político, ou seja, é o que se conhece como “mais do mesmo”.
Eleito à sombra de promessas como o combate à corrupção e o fim do “toma lá, dá cá”, Bolsonaro, que é refém do Centrão, bloco parlamentar informal que vive do proxenetismo político, se filiou, na última terça-feira (30) ao Partido Liberal (PL), do mensaleiro Valdemar Costa Neto, o “Boy”, condenado e preso no escândalo do Mensalão.
Com a filiação ao PL, Bolsonaro mandou pelos ares o falso discurso moralista que lhe garantiu um mandato presidencial, não sem antes comprometer ainda mais um projeto de reeleição que vem sofrendo reveses de todos os naipes.
Esse cenário de complicações políticas explica a insana verborragia do presidente, que desde 2018 permanece no palanque eleitoral, como se o Brasil não necessitasse de projetos responsáveis e eficazes para combater uma crise múltipla e preocupante. Em suma, Bolsonaro é um gazeteiro conhecido no ‘baixo clero” e até o fim de 2022 turbinará seus desvarios discursivos.
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