Papa Francisco descreve violência doméstica como algo “quase satânico”

 
O Papa Francisco descreveu a violência doméstica como algo “quase satânico”, durante entrevista concedida no domingo (19) a uma emissora do grupo italiano Mediaset.

O pontífice defendeu a dignidade das vítimas, que aumentaram durante a pandemia de Covid-19, ao se referir ao “grande número de mulheres que são agredidas em casa, até pelos maridos”.

No programa especial levado ao ar na noite de domingo, o líder da Igreja Católica falou sobre o tema durante conversa com uma mulher que sofreu esse tipo de violência e fugiu de casa com seus quatro filhos. Durante o programa, o Papa também teve interações com uma moradora de rua, um prisioneiro e um estudante.

A mulher revelou a Francisco sua história e perguntou como poderia encontrar sua dignidade após ela e a criança sofrerem tanta violência.

“Para mim, esse problema é quase satânico, por que se trata de lucrar com a fraqueza daqueles que não conseguem defender a si próprios, que podem apenas tentar parar os golpes”, disse o pontífice. “É humilhante, muito humilhante.”

Francisco condenou publicamente o feminicídio em várias ocasiões. No ano passado, qualificou esses crimes como “profanações”.

 
Dignidade das vítimas

À mulher, o religioso disse que ela não perdeu, de modo algum, sua dignidade. “Posso sentir sua dignidade. Se você tivesse perdido sua dignidade, não estaria aqui”.

Ele disse para à vítima se inspirar na imagem da escultura Pietá, de Michelangelo, onde Jesus é confortado por Maria após a crucificação. “Olhe para Nossa Senhora e veja a imagem da coragem.”

O Papa utilizou novamente o termo “humilhante” ao falar sobre os pais que agridem crianças. “Sempre digo, nunca bata no rosto de uma criança. Por quê? Porque seu rosto é sua dignidade”, afirmou.

Na Itália, os casos de violência doméstica explodiram durante os lockdowns impostos para conter as transmissões do novo coronavírus.

Desde janeiro, 112 mulheres foram mortas na Itália, segundo dados do Ministério do Interior. Mais de 50% desses casos foram cometidos por parceiros ou ex-companheiros das vítimas. (Com agências internacionais)

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