Acusado de abuso sexual de menores, príncipe Andrew renuncia a títulos reais e militares

 
Andrew Albert Christian Edward, duque de York e conhecido no universo da realeza como príncipe Andrew do Reino Unido, renunciou aos seus títulos reais e militares removidos e não poderá mais ser referido como “Vossa Alteza Real”, informou nesta quinta-feira (13) o Palácio de Buckingham, com base em decisão aprovada pela própria rainha Elizabeth II.

O segundo filho mais velho da rainha é alvo de acusações de abusos sexuais e de envolvimento com o megainvestidor americano Jeffrey Epstein, que esteve no centro de um escândalo de exploração sexual de menores.

Na quarta-feira (12), os advogados de Andrew tentaram convencer o juiz do caso, nos Estados Unidos, a arquivar a ação civil aberta por Virginia Giuffre, que acusa o príncipe de tê-la abusado quando ainda era adolescente. O magistrado, porém, decidiu que Giuffre, de 38 anos, tem o direito de manter as acusações.

Após a decisão na Justiça americana, mais de 150 veteranos da Marinha e do Exército britânico escreveram à rainha pedindo a remoção de todas as patentes e títulos militares de Andrew. Eles afirmam que o príncipe “deixou em descrédito os serviços” aos quais estava associado.

A breve nota do Palácio de Buckingham afirma que “com a aprovação e consenso” de Elizabeth II, “as afiliações militares e patronagens reais do duque de York foram devolvidas à rainha”. “O duque de York continuará afastado de todas as funções públicas e defenderá seu caso como um cidadão privado”, afirma o comunicado.

Andrew, de 61 anos, foi obrigado a se afastar da vida pública em 2019 em razão de sua amizade com Epstein. Ele admitiu ter se hospedado algumas vezes nas residências do milionário americano, mas alega que em nenhum momento suspeitou de comportamento impróprio por parte dele.

 
Epstein cometeu suicídio em uma prisão de Nova York em agosto de 2019, após ser preso por tráfico sexual. O príncipe disse ter conhecido o americano através de sua amiga Ghislaine Maxwell, filha do falecido magnata da mídia Robert Maxwell.

A socialite britânica, ex-namorada e braço direito de Epstein, foi considerada culpada em dezembro pela Justiça americana por recrutar e aliciar meninas adolescentes para serem abusadas pelo megainvestidor americano.

O veredicto foi a conclusão de um mês de julgamento, que incluiu relatos de exploração sexual de meninas a partir dos 14 anos de idade, feitos por mulheres que descreveram os abusos sofridos de 1994 a 2004. Elas teriam sido abusadas em mansões de Epstein na Flórida, em Nova York e no Novo México.

O caso Virginia Giuffre

Virgínia Giuffre, que também era uma das acusadoras de Epstein, entrou com ação civil em um tribunal em Nova York contra Andrew em agosto de 2021. Ela o acusa de abusos sexuais cometidos quando ela tinha 17 anos.

“Estou responsabilizando o príncipe Andrew pelo que ele fez comigo”, disse Giuffre em um comunicado. “Os poderosos e os ricos não estão isentos de serem responsabilizados por seus atos. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e medo, mas recuperar a própria vida falando e exigindo justiça.”

Em 2019, Giuffre já afirmava que, após ser apresentada por Epstein ao duque de York, ele a obrigou a ter relações sexuais três vezes quando ela era menor, em Londres, Nova York e em uma ilha particular no Caribe, entre 1999 e 2002. Andrew nega as acusações.

Na ocasião, Virgínia afirmou que não foi fácil decidir entrar com a ação judicial, pois como mãe e esposa, sua família “está em primeiro lugar”, e ela teme ser alvo de ataques do membro da família real britânica. (Com agências internacionais)


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