Bolsonaro recebe em palácio os ministros Fachin e Alexandre de Moraes, em meio a crise com o TSE e o STF

 
Despreparado como governante e sempre disposto a empurrar o Brasil na direção do retrocesso e do obscurantismo, o presidente Jair Bolsonaro preocupa-se cada vez mais com seu projeto de reeleição, que esfarela com o passar dos dias.

Sem ter uma solução para reverter tal quadro, Bolsonaro só pode contar com a radicalização ainda maior dos seus discursos, que de forma geral ameaçam a democracia e o Estado de Direito. Isso porque ao presidente resta apenas fazer a alegria da horda de apoiadores, que falam em democracia com a mesma facilidade com que a desrespeitam.

Nesta segunda-feira, (7), no momento da feitura desta matéria, Bolsonaro participa de encontro com os ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, que no Palácio do Planalto entregarão ao chefe do Executivo convite para a cerimônia de posse no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O evento está agendado para o próximo dia 28 de fevereiro, quando Fachin e Moras assumirão a presidência e a vice-presidência do TSE, respectivamente.

Fachin substituirá o ministro Luís Roberto Barroso, que foi crucial na defesa das urnas eletrônicas, alvo dos ataques sórdidos e sem comprovação de Bolsonaro, que continua alegando que na eleição de 2018 venceu a disputa ainda no primeiro turno, o que não é verdade.

Barroso, Fachin e Moraes são os principais desafetos do presidente da República no Supremo Tribunal federal (STF) e no TSE, tendo recebido de Bolsonaro ataques rasteiros e covardes, típicos de alguém que não sabe governar e dedica todo o tempo para criar polêmicas e embates com representantes dos outros Poderes constituídos – Judiciário e Legislativo.

 
Em dezembro de 2021, a reboque da sua ideologia tosca e golpista, Bolsonaro chamou o ministro Luiz Edson Fachin de “trotskista” e “leninista” pelo fato de o magistrado ter votado contra o marco temporal envolvendo a demarcação de terras indígenas e por ter suspenso a lei que proibia o uso da “linguagem neutra” em Rondônia. “O que ele tem na cabeça”, indagou Bolsonaro.

Na verdade, são os brasileiros de bem que desejem saber o que tem na cabeça um governante que flerta diuturnamente com o golpismo, exalta ditadores e desmancha-se em elogios quando fala sobre torturadores, como é o caso do “torturado-geral da República” Carlos Alberto Brilhante Ustra, o facínora do DOI-Codi.

No tocante ao ministro Alexandre de Moraes a situação é mais grave e conturbada. Afinal, Moraes é relator de processos e investigações que tiram o sono do presidente da República, como as investigações sobre aos atos antidemocráticos, a tentativa de interferência na Polícia Federal e o vazamento de dados sigilosos envolvendo investigação sobre ataque ao sistema de computação do TSE, em 2018.

Nas comemorações do Sete de Setembro, em ato na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro chamou Alexandre de Moraes de “canalha” e ameaçou tentar tirá-lo do cargo e não cumprir decisões do ministro do STF, como aconteceu em relação à determinação para depor à Polícia Federal.

Os ministros do STF foram ao Palácio do Planalto para cumprir ato institucional, mas não devem temer qualquer reação mais exaltada de Bolsonaro, que é um covarde conhecido que só finge ser corajoso quando está diante de seus alucinados apoiadores.

Como disse recentemente o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, em entrevista à revista IstoÉ, Bolsonaro é “criminoso, covarde e traidor”. Em suma, considerando que Santos Cruz conhece o presidente melhor do que muitos, não há mais o que falar sobre um desqualificado que continua acreditando ser a derradeira salvação do País. Faltam apenas oito meses para o Brasil se livrar do pior presidente de todos os tempos.

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