O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta segunda-feira (7) que o gasoduto Nord Stream 2, que conecta a Rússia à Alemanha, não entrará em funcionamento caso Moscou promova uma invasão da Ucrânia.
Biden deu a declaração após se reunir em Washington com o chanceler federal alemão Olaf Scholz e discutir a tensa situação na fronteira da Ucrânia com a Rússia, onde cerca de 100 mil soldados russos estão mobilizados.
A construção do gasoduto para trazer mais gás natural russo diretamente para a Alemanha, contornando a Ucrânia, foi um grande ponto de discórdia entre Washington e Berlim nos últimos anos. O gasoduto já está pronto, mas ainda não obteve licença de funcionamento.
Respondendo a uma pergunta sobre o Nord Stream 2, Biden disse que não há nenhuma chance de o projeto ir adiante se tanques e tropas russas cruzarem a fronteira com a Ucrânia.
“Não haverá mais um Nord Stream 2. Daremos fim nele. Prometo que seremos capazes de fazer isso.”
Scholz, em sua primeira visita à Casa Branca como chanceler federal da Alemanha, disse que medidas amplas haviam sido acordadas com aliados e parceiros, incluindo os Estados Unidos.
“Daremos todos os passos necessários. Você pode ter certeza de que não haverá nenhuma medida sobre a qual tenhamos uma abordagem diferente. Agiremos em conjunto”, disse o chanceler alemão. “Se houver uma agressão militar contra a Ucrânia, haverá sanções duras, acordadas em conjunto e de amplo alcance”, disse o chanceler. “Haverá custos muito, muito altos para a Rússia dar esse passo. Isso é claramente afirmado e compreendido por todos.”
Entretanto, quando pressionado sobre o Nord Stream 2, Scholz não disse explicitamente que o projeto seria interrompido, mas repetiu sua mensagem sobre solidariedade.
Biden havia elogiado anteriormente os estreitos laços entre Washington e Berlim, acrescentando que estavam “trabalhando em sintonia” para dissuadir uma eventual agressão russa.
Scholz já esteve na Casa Branca antes, quando era ministro das Finanças e vice-chanceler durante o governo da sua antecessora Angela Merkel, mas foi criticado por atrasar sua visita inaugural aos Estados Unidos como chanceler. Ele tomou posse há 60 dias. Tanto a ex-chanceler Merkel quanto seu antecessor Gerhard Schröder foram mais rápidos para atravessar o Atlântico.
Problemas entre Berlim e Washington
Ambos os países são aliados próximos desde o final da Segunda Guerra Mundial, mas a Alemanha tem sido cada vez mais questionada sobre seu compromisso em evitar a agressão russa.
A Casa Branca já havia se manifestado anteriormente contra o gasoduto Nord Stream 2, que desvia da Ucrânia e elimina uma importante fonte de renda do país, e ameaçou impor sanções.
Washington voltou atrás em sua posição mais radical sobre o gasoduto para manter melhores relações com Berlim, mas recentemente declarou que o gasoduto não entraria em funcionamento se a Rússia invadisse a Ucrânia.
Esforços diplomáticos
A viagem de Scholz a Washington ocorreu em um dia de intensa diplomacia sobre a crise da Ucrânia. A ministra do Exterior alemã Annalena Baerbock foi a Kiev e o presidente francês Emmanuel Macron, a Moscou.
Scholz retornará a Berlim nesta terça-feira para se reunir com Macron e com o presidente polonês Andrzej Duda.
O chanceler alemão convidou os dois líderes europeus para “discutir a situação na Ucrânia e nos arredores”, disse a porta-voz do governo Christiane Hoffman. Os três países têm uma relação especial conhecida há 30 anos como o “triângulo de Weimar”. (Com Deutsche Welle e agências internacionais) [Foto do destaque: Kay Nietfel – Picture Alliance]
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.