Sob pressão e alvo de conflito de interesse, Adriano Pires desiste de assumir a presidência da Petrobras

 
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando da Petrobras, o economista Adriano Pires desistiu da missão. A mudança na direção da Petrobras tinha por objetivo enganar a opinião pública sobre a política de preços da companhia.

Pires vinha sofrendo resistência por parte de alguns setores, já que sua eventual chegada à presidência da Petrobras seria marcada por inequívoco conflito de interesses. A desistência do economista acontece após Rodolfo Landim recusar a indicação para assumir a presidência do Conselho de Administração da empresa.

A indicação de Adriano Pires esbarrava no fato de um dos seus filhos, Pedro Rodrigues Pires, constar como sócio e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), fundado pelo economista em 2000. A lei nº 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, veda que executivos dessas empresas tenham parentes em empreendimentos concorrentes.

O CBIE presta consultoria à Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), considerado conflito de interesse, mas não o único. Adriano Pires e o CBIE têm se recusado a divulgar publicamente a lista de clientes.

 
Na última sexta-feira (1), o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou pedido para que Adriano Pires não assumisse a presidência da Petrobras antes de investigação do governo e da estatal sobre eventual conflito de interesse.

Na representação, o subprocurador-geral do MP-TCU Lucas Rocha Furtado disse ter identificado o conflito de Adriano Pires “tendo em vista sua atuação na iniciativa privada, a lançar dúvidas sobre a possibilidade ética e legal de vir a assumir a presidência da Petrobras”.

Em entrevista ao site Poder360, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o governo manteria a indicação do economista para a presidência da Petrobras. De acordo com Albuquerque, o economista estaria cumprindo os trâmites legais para a proposição do seu nome para a presidência da companhia.

Diante da pressão, o governo Bolsonaro descartou um “plano B”, mas acabou mais uma vez derrotado pela lógica dos fatos. Preocupado com seu projeto de reeleição, o presidente da República tenta “vender” aos brasileiros a ideia de que tenta reduzir os preços dos combustíveis, algo impossível por conta do que determina a legislação.

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