Economia está à beira do precipício, mas o governo tenta vender aos desavisados um “paraíso de camelô”

 
O maior adversário do presidente da República na eleição que se aproxima é a difícil situação da economia brasileira. A inflação de março, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,62%, maior índice para o mês desde 1994. No acumulado de 12 meses, o IPCA está em 11,30%.

A grande questão é que se trata de inflação decorrente de custo, não de excesso de demanda, cenário preocupante para uma economia que há anos não consegue sair do atoleiro. Ainda ministro da Economia, Paulo Guedes, que foi apresentado ao eleitorado, em 2018, como “Posto Ipiranga”, continua tomando decisões como se fosse uma borracharia mambembe de beira de estrada.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto reconheceu nesta segunda-feira (11) que o resultado do IPCA de março surpreendeu. O economista sinalizou que esse movimento inflacionário será avaliado pelo BC, podendo haver uma mudança na estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa básica de juro, a Selic.

Em evento promovido por empresas que atuam no mercado, Campos Neto citou que a maior parte da surpresa com o IPCA de março veio do rápido repasse do reajuste dos preços dos combustíveis das refinarias para as bombas. O presidente do BC mencionou que também houve aumento acima do esperado em itens como vestuário e inflação fora do domicílio.

 
Considerando que ao elevar a Selic para 11,75% ao ano o Copom sinalizou com a possibilidade de aumentar em um ponto percentual a taxa básica de juro na próxima reunião (4 de maio), passando para 12,75%, setores do mercado financeiro começam a apostar que a principal ferramenta para conter a inflação poderá chegar a 14% até o final de 2022.

Caso a expectativa dos analistas do mercado financeiro se confirme e a Selic alcance a marca de 14% ao ano, falar em recuperação da economia com um cenário desse é obra do achismo ou especulação barata em temporada de eleições. O crédito ficará mais caro e por consequência o consumo, que já não é dos melhores, sofrerá novo impacto.

Para se ter ideia da extensão da crise, compras parceladas no cartão de crédito tornaram-se comuns na aquisição de itens de primeira necessidade (medicamentos e alimentos). Farmácias e supermercados parcelam as compras em três vezes ou mais. Isso significa que no próximo mês, se necessário, o cidadão repetirá a modalidade de compra e terá as parcelas anteriores mais as novas para quitar, ou seja, uma ciranda perigosa.

Não configura pecado fazer compras parceladas no cartão de crédito, mas em caso de inadimplência o juro beira a casa de 400% ao ano. Em suma, quase uma sentença de morte.

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