Principal ameaça ao projeto de reeleição de Bolsonaro não é o petista Lula, mas a grave crise econômica

 
Apresentado aos eleitores, em 2018, como “Posto Ipiranga”, em alusão ao mote da campanha publicitária da rede de postos de combustível homônima, o ainda ministro Paulo Guedes (Economia) sofre um processo de desmoralização desde o início do governo de Jair Bolsonaro.

Ao longo dos últimos quarenta meses, o UCHO.INFO tem afirmado que Guedes é um fanfarrão que não consegue desatar os nós da economia brasileira, sempre creditando o insucesso a alguma situação absurda.

O fracasso da política econômica do governo Bolsonaro é facilmente identificado em fatos e decisões que pululam na Esplanada dos Ministérios, assunto ao qual o brasileiro não dá a devida importância.

Há dias, a decisão do governo de liberar saque de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS) foi comemorado por muitos brasileiros que se equilibram para viver e enfrentar os efeitos colaterais de dívidas atrasadas.

No momento em que o governo libera o saque de determinado valor do FGTS fica claro que a equipe comandada por Paulo Guedes está fracassando na missão de tirar o País de uma crise preocupante. Estivesse a economia em boa marcha, o governo não precisaria tomar tal decisão, que ao final acabará prejudicando o trabalhador mais adiante.

Além disso, com a inflação rodando na casa dos dois dígitos (fecho 2021 em 10,15%), deixar o dinheiro no FGTS é um péssimo negócio, pois o rendimento é de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Em suma, não há razão para comemorar a liberação de recursos do FGTS, assim como não se deve creditar a Jair Bolsonaro os dividendos de decisão que é uma verdadeira cilada.

 
Outro fato que evidencia o fracasso da política econômica é a decisão de antecipar o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário a aposentados e pensionistas, que começou a ser pago nesta segunda-feira (25). Mais uma vez, se a economia estivesse minimamente equilibrada, essa decisão não teria sido tomada. Ademais, no final do ano os beneficiários do INSS receberão apenas metade do valor a que têm direito.

Na última sexta-feira (22), em encontro com investidores estrangeiros, nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) está pronto para enfrentar inflação maior. ““O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques atuais. [O comitê] persistirá em sua estratégia até que o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno de suas metas se consolide”, declarou.

Tomando por base que o BC considera a possibilidade de a inflação aumentar, a situação extensa maioria dos brasileiros tende a piorar com o passar dos meses. Isso porque os preços de produtos e serviços tendem a aumentar, enquanto o poder de compra do salário do trabalhador seguirá na contramão.

Divulgados nesta segunda-feira, dados de pesquisa encomendada pelo banco BTG Pactual e realizada pela FSB mostram que nossa avaliação está no caminho certo. De acordo com o levantamento, 62% dos brasileiros acreditam que o País está em crise econômica, com dificuldade de recuperação. No contraponto, 32% avaliam que o Brasil está conseguindo superar o momento e 5% pensam que a economia vive um bom momento.

Ainda de acordo com a pesquisa, os dois em cada 5 dos entrevistados acreditam que o governo é o principal responsável pela crise econômica. A pandemia vem em seguida, com 25%, governos passados, 21%, e situação internacional, 8%.

Em termos de expectativas, há um certo pessimismo por parte dos entrevistados: 60% avaliam que a inflação e o custo de vida devem aumentar nos próximos seis meses (20% acham que vão aumentar muito e 40% avaliam que vão aumentar); 43% acreditam que os atrasos em pagamentos de contas vão aumentar (13% aumentar muito e 30% aumentar) e 36% pensam que o desemprego vai piorar (9% aumentar muito e 27% aumentar).

Enquanto o brasileiro é obrigado a driblar a crise econômica, algo que nem sempre é possível, Jair Bolsonaro está em deliberada campanha pela reeleição, como se o Brasil estivesse voando e céu de brigadeiro. O presidente acredita no poder embusteiro das medidas tomadas pelo governo, que servem apenas para ludibriar a opinião pública. Nosso compromisso como órgão de imprensa independente é mostrar a verdade dos fatos e reunir informações que comprovam a extensão da crise.

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