PIB registra alta de 1% no primeiro trimestre, mas avanço da economia é modesto e deve perder fôlego

 
Assessores do presidente Jair Bolsonaro e a equipe que cuida do seu projeto de reeleição elegeram o ainda ministro Paulo Guedes, da Economia, como responsável pelos baixos índices do chefe do Executivo nas pesquisas eleitorais, onde ele aparece atrás do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

O desespero dos assessores palacianos diante dos resultados das pesquisas é tamanho, que ganha força no Palácio do Planalto a tese de um decreto de estado de calamidade para que o governo consiga gastar mais sem afrontar o teto de gastos. Isso porque os benefícios sociais lançados pelo governo não produziram efeito nas pesquisas.

Essa movimentação confirma o que o UCHO.INFO afirma há muitos meses: a política econômica do governo é um desastre desde o início e foi piorando com o avanço da pandemia do novo coronavírus.

A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2022 registrou avanço de 1%, na comparação com o último trimestre do ano anterior, mas ficou abaixo da expectativa do mercado, que apostava em 1,2%.

O crescimento do PIB foi impulsionado pelo setor de serviços, como divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (2), mas o avanço se deu em brechas já existentes na economia, não em novos nichos. Em outras palavras, o crescimento do PIB tende a perder força nos próximos meses. No segundo trimestre o PIB deve registrar alta de 0,5%, mas perderá tração na segunda metade do ano.

 
A alta registrada no primeiro trimestre é em boa parte decorrente da demanda represada por conta da pandemia. Com a flexibilização e o fim das regras para combater o avanço da crise sanitária, muitas pessoas viajaram no período, frequentaram bares e restaurantes, recorreram a serviços dos mais diversos, como cabeleireiro e manicure.

Quem circula pelas principais cidades brasileiras percebe que o volume de carros nas ruas diminuiu, em alguns casos 20%, o que explica a falsa sensação de que a economia pudesse ter entrado no caminho da retomada.

Como sempre afirmamos, não se pode falar em retoma da economia em um país onde dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos mensais. Além disso, o Brasil, que ainda convive com elevado percentual de desempregados, tem a quarta maior taxa básica de juro do planeta e a quarto maior índice de inflação.

Em suma, que ninguém se deixe enganar com os números divulgados, pois o outrora festejado “Posto Ipiranga” se transformou em uma mambembe borracharia de beira de estrada.