Na campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou em diversos momento que o então candidato Jair Bolsonaro não tinha – e continua não tendo – competência e estofo para ocupar cargo de tamanha responsabilidade e importância, como o de presidente da República. À época, a turba bolsonarista reagiu com a torpeza de sempre, dedicando-nos ofensas das mais variadas e ataques sórdidos.
Sem vocação para governar e em campanha desde que venceu a corrida presidencial de 2018, Bolsonaro insiste em criar factoides para esfumaçar a inépcia de um governo golpista e desqualificado. Além disso, o chefe do Executivo abusa da incoerência quando está em dificuldade ou tem algum interesse escuso.
Na última quinta-feira (9), Bolsonaro reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encontro cuja pauta teve alguns temas específicos, como eleições brasileiras e meio ambiente.
Quando a conversa entre ambos alcançou a Amazônia, Bolsonaro, mais uma vez, mentiu ao afirmar que “o Brasil preserva muito bem o seu território”, apesar das dificuldades.
“A questão ambiental, temos nossas dificuldades, mas fazemos o possível para atender aos nossos interesses e também, por que não dizer, a vontade do mundo. Mas, como disse, somos um exemplo para o mundo na questão ambiental”, afirmou.
Bolsonaro foi além no discurso marcado pela mitomania e afirmou que o País sente ameaçada a soberania da Amazônia. “Por vezes, nós nos sentimos ameaçados na nossa soberania naquela área. Mas o Brasil preserva muito bem o seu território”, disse.
Do alto de um misto de soberba e escassez de inteligência, Bolsonaro acredita ser o mais esperto dos humanos apenas porque se posiciona a favor daquilo que a democracia abomina. Afirmar que o Brasil é “um exemplo para o mundo na questão ambiental” é um chiste da pior qualidade.
No momento em que o presidente fez tal afirmação a Biden, o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips já estavam desaparecidos há quatro dias, resultado do abandono da região amazônica pelo governo, que permite ao crime organizado transforme aquela porção do território nacional em terra de ninguém.
A grande incoerência que pairou sobre o encontro com Biden foi o pedido para que os Estados Unidos ajudem Bolsonaro a derrotar Lula nas eleições de outubro. O presidente brasileiro alegou que a eventual vitória do petista poderá comprometer interesses dos dois países.
No mesmo encontro, Bolsonaro conseguiu a proeza de dizer que o Brasil sente a soberania da Amazônia ameaçada e pedir a Biden que atropele a soberania brasileira para derrotar um adversário político e ideológico.
O vazamento das informações de bastidor irritou a equipe do presidente Jair Bolsonaro, que por razões óbvias negou o fato, não sem antes afirmar que se trata de especulação.
Bolsonaro classificou o encontro com Joe Biden como “fantástico” e afirmou ter ficado “maravilhado” com a reunião, mas, considerando o vazamento das informações, o presidente dos Estados Unidos não teve a mesma impressão.
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