Bolsonaro cancela jantar com empresários em SP, em 11 de agosto, e pode faltar a evento na Fiesp

 
O presidente Jair Bolsonaro insiste em afirmar que defende a democracia e “joga dentro das quatro linhas da Constituição”, porém os brasileiros dotados de bom-senso sabem que isso é mais uma falácia do golpista que se instalou no Palácio do Planalto.

A democracia que Bolsonaro diz defender é aquela em que ele faz o que bem quiser e não aceita ser contrariado. Prova maior de seu desapego pela democracia é a enxurrada de críticas à “Carta pela Democracia”, movimento organizado por juristas e membros da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

De igual modo, empresários rumaram na mesma direção e sob a organização da federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançaram manifesto semelhante em defesa da democracia e do Estado de Direito.

Ambas as iniciativas irritaram Bolsonaro, que passou a atacar os movimentos com mentiras absurdas. Isso significa que o chefe do Executivo já sente os efeitos colaterais dos manifestos em prol da democracia.

Na tentativa de esvaziar de se contrapor ao evento que acontecerá no Largo São Francisco, no centro da capital paulista, onde o ex-ministro Celso de Mello (STF) fara a leitura da “Carta pela Democracia”, Bolsonaro antecipou para 11 de agosto, mesmo dia da leitura do manifesto, sua participação em debate com empresários. No mesmo dia será lido um manifesto assinado pela Fiesp e outras entidades representativas, como a Febraban.

 
Para a noite de 11 de agosto o presidente havia agendado um jantar com empresários que integram o Grupo Esfera Brasil, mas o encontro deve ser cancelado para evitar situação de constrangimento para Bolsonaro, que também pode não participar do evento organizado pela Fiesp.

Na tentativa de desqualificar a “Carta pela Democracia” (“Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”), Bolsonaro chamou os signatários do documento de “cara de pau” e “sem caráter”.

Com o objetivo de fomentar a tese do “nós contra eles”, o presidente da República tem dito que banqueiros assinaram a “Carta pela Democracia” porque tiveram prejuízos com o advento do PIX, que, vale lembrar, foi criado no governo de Michel Temer.

Bolsonaro deveria se imbuir de coragem e reconhecer que seu governo é um fiasco, deixando de ludibriar a parcela desavisada da população com mentiras de toda ordem.

Ademais, o montante que os bancos deixaram de arrecadar com a chegada do PIX foi compensado com os efeitos da desastrada política econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes, que levou as taxas de juro às alturas.

Diante de uma derrota eleitoral cada vez mais visível no horizonte, Bolsonaro recorrerá a todo tipo de expediente para tentar reverter o impossível. Não por acaso, agindo como ditador, o presidente determinou que o desfile em comemoração ao Dia da Independência, no Rio de Janeiro, seja transferido da Avenida Presidente Vargas para a orla de Copacabana.


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