Mitômano, Paulo Guedes empresta sua delinquência intelectual para a campanha de Bolsonaro à reeleição

 
Em matéria publicada na edição de quinta-feira, 1 de agosto, o UCHO.INFO destacou que o presidente Jair Bolsonaro e o ainda ministro Paulo Guedes têm afirmado que a economia brasileira está “bombando”. Em que pese o direito de ambos à livre manifestação do pensamento, exaltar a retomada econômica é prova de irresponsabilidade ou vocação para ludibriar a população.

Quem entende minimamente sobre economia sabe que a crise que há muito chacoalha o País não terminará tão cedo, apesar de esboçar alguns lampejos de positividade. O crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre é um dado positivo, mas as expectativas em relação ao próximo ano não são as melhores, pelo contrário.

Na campanha presidencial de 2018, Guedes foi apresentado ao eleitorado brasileiro, por Jair Bolsonaro, como sendo seu “Posto Ipiranga”, como se fosse um centro de soluções para os muitos problemas nacionais. Naquela ocasião, Paulo Guedes tentava vender a imagem de um liberal em termos de economia, mas era desautorizado toda vez que ousava sair do roteiro ignaro do então presidenciável do PSL.

Paulo Guedes só não deixou o comando do Ministério da Economia porque não respeita a si próprio. As muitas ocasiões em que foi desautorizado por Bolsonaro e as estapafúrdias e preconceituosas declarações que deu ao longo dos últimos anos são motivo para sair de cena.

Agora, com Jair Bolsonaro cristalizado no segundo lugar das pesquisas eleitorais, a ordem no Palácio do Planalto é acionar a alavanca da catapulta de mentiras. Um dos entusiastas dessa manobra espúria é Paulo Guedes, que nos últimos dias dado declarações de envergonhar qualquer estudante de Economia, talvez capaz de derreter a mais mequetrefe das calculadoras.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, diz que em 2023 o valor do Auxílio Brasil será mantido em R$ 600, a proposta orçamentária para o próximo ano, enviada pelo governo ao Congresso Nacional, prevê R$ 405. Lula, presidenciável do PT, também tem feito a mesma promessa.

 
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A grande questão é saber de onde sairá o dinheiro para pagar os prometidos R$ 600 do Auxílio Brasil, turbinado criminosamente a poucas semanas das eleições. O referido aumento e demais benefícios sociais criados às pressas têm validade até 31 de dezembro, o que reforça o caráter eleitoreiro da manobra, não sem antes atropelar a legislação eleitoral e a Constituição.

Há dias, Bolsonaro disse que o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 será custeado a partir de 2023 pelos recursos advindos de privatizações. Porém, o presidente não informou quais estatais serão privatizadas nem quais os valores. Em suma, o governo está contando com algo que não tem em mãos.

Paulo Guedes, que sairá do governo muito menor do que entrou, disse que a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil será uma decisão política, ou seja, alguma manobra inconstitucional praticada pelo Congresso está a caminho. Por outro lado, o ministro da Economia afirmou que o assunto poderá ser resolvido com a decretação de estado de calamidade, principalmente se a guerra na Ucrânia continuar.

Pois bem, se a economia está “bombando”, como afirmam Bolsonaro e Guedes, não há justificativa para a decretação do estado de calamidade. Além disso, usar a guerra na Ucrânia como desculpa depende da vontade do Kremlin de levar o conflito adiante.

Guedes também afirmou que a taxação de lucros e dividendos proporcionará os recursos financeiros necessários para custear o Auxílio Brasil no valor de R$ 600. O ministro da Economia não considerou o fato de que ao taxar pessoas físicas no campo de lucros e dividendos, o governo deixará de arrecadar os impostos atualmente pagos pelas empresas. Em outras palavras, ganha-se de um lado, perde-se de outro.

Para finalizar, não resta uma só dúvida acerca da intenção do governo de beneficiar escandalosamente Jair Bolsonaro em seu projeto de reeleição, no qual Paulo Guedes tem o papel de “menino de recado”. Triste fim de um integrante da versão brasileira dos “Chicago boys”.


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