Ou comandante do Exército explica a conivência de militares na invasão ao Planalto ou pede para sair

 
Os bastidores da fracassada tentativa de golpe, levado a cabo no último domingo (8) por terroristas que apoiam Jair Bolsonaro, estão sendo esmiuçados pelas autoridades, que já mandaram para a prisão centenas de golpistas.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os órgãos de investigação estão focados na identificação dos financiadores do movimento golpista, algo que desde 2018 merece destaque no UCHO.INFO, mas é preciso cobrar explicações do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda.

Essa cobrança se faz necessária porque a segurança do Palácio do Planalto é de responsabilidade do Comando Militar do Planalto e no dia da invasão da sede do Executivo os terroristas tiveram ajuda de militares.

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, alguns criminosos relataram que durante a invasão ao Palácio do Planalto contaram com a ajuda de militares do Exército. Reportagem da jornalista Michele Mendes, da TV Globo, mostra que Davi Emanuel Pereira Domiciano, de 41 anos, contou aos investigadores que “após subir a rampa, parte do grupo tentou fugir dos gases e resolveu entrar para se abrigar e ajudar outras pessoas”. De acordo com Domiciano, “o Exército já estava lá dentro, deixando as pessoas com a sensação de estarem seguras”.

 
Outro vândalo, Lucas Costa Brasileiro, de Sobradinho, afirmou que os “militares do Exército acenaram para os manifestantes, chamando-os para se abrigar no Palácio do Planalto”. Dentro da sede do Executivo, de acordo com o depoimento, “o Exército ficou na frente, tentando fazer contato com os policiais militares”, o que motivou uma discussão entre membros de ambas as corporações.

Oziel Lara, de Santa Catarina, afirmou aos investigadores que, durante a depredação do Palácio do Planalto e após a chegada da tropa de choque da Polícia Militar, um comandante do Exército falava para que os manifestantes fizessem uso da saída de emergência e os convidou a sair. Contudo, na sequência, integrantes das forças de segurança do DF chegaram e deram voz de prisão aos terroristas.

No caso de os militares do Exército terem cumprido ordens superiores, já que a caserna foi contaminada pelo bolsonarismo ao longo de quatros anos marcados por mentiras torpes e ataques constantes à democracia e às instituições, a situação é mais grave do que se imagina, assim como real é a possibilidade de nova tentativa de golpe.

Por outro lado, se os militares do Exército agiram por conta própria e de forma criminosa, todos, sem exceção, precisam ser presos e expulsos da corporação, pois a ameaça à democracia e ao Estado de Direito será constante. O grande entrave nesse cenário de golpismo institucionalizado é que militares são julgados por tribunais de exceção, ou seja, por seus iguais e à sombra do nefasto corporativismo.

Como citado acima, o comandante do Exército precisa dar as necessárias explicações ao País com a máxima urgência, do contrário o governo deve avaliar a necessidade de promover uma troca no comando da força terrestre, pois a continuar assim todo dia será dia de golpe. Ao adotar o silêncio diante de fato de tamanha gravidade, o general Júlio César de Arruda está a sugerir que a democracia brasileira está à beira do abismo.


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