A tragédia que se abateu sobre o município de São Sebastião, na esteira de forte temporal no último final de semana, monopolizou a atenção dos brasileiros. E não poderia ser diferente. Enquanto isso, políticos continuam desdenhando o contribuinte, que à sombra de carga tributária absurda financia benesses de todos os naipes aos ditos representantes.
O mais novo escárnio envolvendo deputados federais e senadores é o “auxílio-mudança”, benefício no valor de R$ 40 mil pago aos parlamentares no início e no fim do mandato para custear a mudança de ida à capital federal ou de volta ao estado de origem.
O valor é pago indiscriminadamente, inclusive aos parlamentares que foram reeleitos, ou seja, não terão de providenciar mudança para Brasília, uma vez que já estão na capital dos brasileiros. Para melhor compreender a extensão do absurdo, o valor é pago no final do mandato e no início, também para os reeleitos, ou seja, o parlamentar embolsa R$ 80 mil sem que as aludidas mudanças ocorram.
Quem conhece o cotidiano dos parlamentares com mais proximidade sabe que na verdade não ocorre mudança alguma, pois deputados e senadores, no máximo, deixam nos apartamentos funcionais uma quantidade de roupas suficiente para os compromissos decorrentes do mandato. Em suma, não ocorre mudança propriamente dita.
No que tange aos apartamentos funcionais disponibilizados aos deputados federais, os imóveis da Câmara dos Deputados são bem localizados, espaçosos (150 metros quadrados, em média), mobiliados, com 4 quartos (uma suíte com banheira de hidromassagem), sala de vista, sala de jantar, cozinha, sala de almoço e invejável área de serviço.
O citado auxílio-mudança é ainda mais absurdo porque o parlamentar tem direito a quota de passagens aéreas para retornar ao estado de origem, ao mesmo tempo em que os apartamentos funcionais, na melhor das hipóteses, estão ocupados de terça a quinta-feira, período da semana em que de fato o Congresso Nacional funciona.
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O brasileiro não se interessa por política, talvez por acreditar que a democracia se sustenta com os votos depositados nas urnas eletrônicas a cada dois anos. A sociedade também não tem disposição para cobrar os seus direitos, muito menos para impedir que escárnios proliferam Brasil afora.
O malfadado orçamento secreto não existia, mas a necessidade de um governo pífio e populista conseguir apoio político institucionalizou a roubalheira. Ou a sociedade reage à altura enquanto é tempo, ou aceita o status quo e joga a toalha. Como bradou o imperador romano Júlio César aos seus soldados, à margem do Rio Rubicão, “alea jacta est” (a sorte está lançada).
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