Os destaques do Oscar 2023

 
Sem uma grande polêmica como a do ano passado, quando Will Smith deu um tapa na cara do então apresentador Chris Rock, a cerimônia do Oscar 2023 na noite deste domingo (13), no Dolby Theatre, em Hollywood, se voltou para aquilo que deveria – o cinema – e consagrou o filme de fantasia “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” com sete estatuetas, as atuações de Michelle Yeoh e Brendan Fraser e o longa alemão “Nada de novo no front”.

O longa “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” havia recebido onze indicações e, além do principal prêmio da noite – o de melhor filme – também levou as estatuetas de melhor direção, melhor roteiro original e melhor montagem.

Além disso, três dos quatro prêmios de atuação também foram para essa aventura de ficção científica.

“Graças à Academia [de Artes e Ciências Cinematográficas, que entrega o prêmio anual], a história está sendo escrita aqui”, disse Michelle Yeoh, vencedora na categoria de melhor atriz. Ela derrotou Cate Blanchett, duas vezes vencedora do Oscar, indicada pelo drama “Tár”.

Nascida na Malásia, Yeoh é a primeira mulher asiática a ganhar o Oscar nesta categoria e a segunda mulher não branca a levar o prêmio nos 95 anos da premiação. “Senhoras, não deixem que ninguém lhes diga que seus melhores momentos ficaram para trás”, disse a atriz de 60 anos. Ela recebeu a estatueta das mãos de Halle Berry, justamente a única outra mulher não branca a ganhar na categoria, em 2002.

Em “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” ela interpreta a dona de uma lavanderia que, de repente, se encontra em inúmeros universos paralelos – e lá também conhece Jamie Lee Curtis, que recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Ke Huy Quan ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante por sua atuação no mesmo filme.

Fraser: volta por cima

O prêmio de melhor ator conclui uma pitoresca história de retorno que talvez só Hollywood possa escrever. Brendan Fraser, estrela em ascensão nos anos 1990 e começo dos anos 2000, ganhou o Oscar por sua interpretação de um homossexual obeso no drama “A Baleia”.

Fraser ficou anos afastado do cinema após depressão e inúmeras cirurgias como resultado de ferimentos sofridos durante filmagens de filmes de ação. Em 2018, ele relatou em entrevista à revista GQ que, em 2003, havia sido abusado sexualmente pelo então presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, que concede o Globo de Ouro.

“Comecei neste negócio há 30 anos, e as coisas não têm sido fáceis para mim”, disse Fraser no Oscar. Ele agradeceu ao seu diretor Darren Aronofsky por “me dar uma tábua de salvação criativa”. O filme venceu ainda como melhor maquiagem e penteados.

 
Produção alemã leva quatro estatuetas

A produção alemã da Netflix “Nada de novo no front”, com nove indicações, levou quatro estatuetas. “Oh Deus, isso significa muito para nós”, disse o diretor Edward Berger em seu discurso após receber o prêmio de melhor filme internacional.

O drama antiguerra baseado no romance de Erich Maria Remarque também recebeu os prêmios de melhor fotografia e melhor design de produção. O compositor de filmes Volker Bertelmann – conhecido como Hauschka – recebeu a estatueta de melhor trilha sonora.

É a quarta vez que um filme alemão conquista o Oscar de filme internacional – os anteriores haviam sido “A vida dos outros” (2007), “Lugar Nenhum na África” (2003) e “O Tambor” (1980).

Os sucessos de bilheteria não ficaram sem prêmios: “Top Gun: Maverick” ganhou como melhor som; “Avatar: O caminho da água”, na categoria efeitos especiais; e “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, como melhor figurino.

“Navalny”, sobre o oposicionista russo preso Alexei Navalny, foi escolhido o melhor documentário, e “Pinóquio por Guillermo del Toro”, a melhor animação.

A decepção da noite foi “The Banshees of Inisherin”: indicado a nove estatuetas, o filme saiu de mãos vazias da cerimônia.

Lady Gaga surpreende mais uma vez

Lady Gaga não ganhou o Oscar de melhor canção, mas, mesmo assim, foi um dos destaques da noite. A cantora e atriz desfilou pelo tapete champagne (não mais vemelho, quebrando uma tradição de mais de 50 anos) com um vestido Versace e uma maquiagem forte. Mas, ao subir ao palco para interpretar a música “Hold My Hand”, trilha sonora do filme “Top Gun: Maverick”, estava de tênis, camiseta preta, calça jeans rasgada e sem maquiagem.

A cerimônia foi apresentada pelo locutor Jimmy Kimmel, que abordou em seu discurso de abertura o escândalo do ano anterior envolvendo Will Smith e Chris Rock.

“Se alguém nesse teatro cometer algum ato de violência em algum momento desta cerimônia, você vai ganhar o Oscar de melhor ator e a permissão de fazer um discurso de 19 minutos”, disse Kimmel em tom de brincadeira.

Smith foi premiado com o Oscar no ano passado logo após seu ataque e só foi banido da Academia do Oscar por dez anos dias depois. (Com Torsten Landsberg – Deutsche Welle)


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