8 de janeiro: Anderson Torres conseguiu adiar depoimento à PF, mas eventual delação está no radar

 
Ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, preso por não tomar providência para evitar os atos golpistas de 8 de janeiro, conseguiu por meio dos seus advogados adiar o depoimento à Polícia Federal marcado para esta segunda-feira (24). De acordo com a defesa, Torres teve piora no “estado emocional”. O depoimento faz parte da investigação sobre as ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno da eleição presidencial.

Logo após a prisão de Anderson Torres, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o UCHO.INFO afirmou que o ex-secretário de Segurança do DF em algum momento poderia negociar acordo de colaboração premiada.

A possibilidade de um acordo de delação ganhou força nos últimos dias, cenário que preocupa sobremaneira os integrantes da cúpula da gestão de Jair Bolsonaro, que ao longo de quatro anos alimentou diuturnamente a tese do golpe, por pouco não consumado.

Bolsonaro sabe que seu então colaborador poderá revelar muito mais do que os golpistas palacianos de outrora gostariam. O fato de a PF ter apreendido na casa de Anderson Torres uma minuta do golpe, documento cuja importância foi minimizada pelo próprio investigado, é o ponto de partida de eventual delação.

 
Alguns setores da imprensa brasileira, que se dedicam ao ativismo jornalístico, preferem criticar a prisão de Anderson Torres, como se a omissão do ex-secretário do DF não estivesse fartamente comprovada.

Ademais, esses jornalistas de aluguel, que ignoram a realidade dos fatos para continuar defendendo o golpismo, preferem apontar a verborragia na direção daqueles que foram vítimas dos terroristas incentivados por Bolsonaro e seus quejandos.

Após a PF acessar a base de dados do celular do ex-secretário de Justiça do DF, que alegou ter esquecido o aparelho nos Estados Unidos, o caso ganhou contornos ainda mais comprometedores. Isso foi possível porque Anderson forneceu aos policiais a senha dos dados armazenados em nuvem.

Os investigadores também conseguiram acessar os e-mails de Torres. As informações obtidas servirão para reforçar o inquérito sobre os atos golpistas, assim como o que apura a ação da PRF durante a segunda fase da corrida presidencial, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.

Torres conseguiu adiar o depoimento desta segunda-feira, mas em algum momento terá de dar explicações aos investigadores que avançam sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. O ex-presidente da República, após retornar ao Brasil, mergulhou adotou silêncio quase obsequioso, decisão controversa para quem prometeu liderar a oposição.


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