Em matéria publicada na edição de segunda-feira, 15 de maio, citamos a frase “o Brasil não é um país sério”, da lavra do diplomata Carlos Alves de Souza Filho (1901-1990). Se ao País falta seriedade, compreender uma parcela da sociedade brasileira representa um desafio enorme, talvez seja missão impossível.
Nesta terça-feira (16), a Petrobras anunciou que deixará de definir os preços dos combustíveis com base no dólar e no mercado internacional de petróleo. “Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, informou a estatal em comunicado.
De chofre a medida foi vista com desconfiança pelo mercado financeiro, mas as ações da estatal registraram alta após o anúncio. Às 16h34 desta terça, as ações da empresa registravam valorização de 3%.
A decisão da Petrobras deflagrou uma reação de falsos patriotas nas redes sociais, que agora são contra a redução dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como se não bastasse a lufada de falso patriotismo, na imprensa nacional os profetas do apocalipse se rebelaram de forma quase uníssona. Todos criticando a nova política de preços da Petrobras, rotulada pelos especialistas (sic) como intervencionismo do governo Lula, o que até momento não aconteceu.
Jornalistas e comentaristas econômicos acionaram a verborreia para criticar a medida, até porque muitos deles são patrocinados por instituições financeiras e têm nos especuladores um público ávido por palestras que tratam apenas e tão somente de absurdos.
O UCHO.INFO sempre defendeu que a política de preços da Petrobras não pode prejudicar os acionistas da empresa, em especial os minoritários, cabendo ao governo abrir os cofres do Tesouro Nacional caos queira fazer bondades.
Porém, considerando que a medida anunciada não trará prejuízos à empresa e aos acionistas, mas poderá gerar lucro a partir do aumento de venda dos combustíveis, não há razão para criticar algo que aliviará no médio prazo a crise econômica enfrentada por dezenas de milhões de brasileiros.
Aos investidores, especuladores e seus comentaristas de estimação pouco importa se a população está enfrentando uma grave crise econômica. Para esse gueto, o importante é garantir o lucro, enquanto pessoas driblam contas atrasadas e outras buscam restos de comida no lixo. E há quem ouse chamar esses proxenetas do mercado de elite.
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