Brasileiros precisam reagir com rapidez e firmeza ao banditismo político que domina o Congresso

 
Como sempre afirma o UCHO.INFO, o jogo da política é igualmente sujo e bruto. Nessa peleja não há inocentes, muito menos pessoas com boas intenções. O Brasil vive uma crise institucional grave e sem precedentes, fruto do banditismo político que ganhou força a partir da relação criminosa entre o Congresso Nacional e o governo do golpista Jair Bolsonaro.

Em diversas ocasiões, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teve a oportunidade de autorizar a abertura de processo de impeachment contra Bolsonaro, mas, em nome do escambo torpe, preferiu segurar 153 requerimentos (97 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados). A contrapartida da leniência não foi pequena.

Agora, com o governo Lula enfrentando dificuldades para entabular a articulação política com o Congresso, em especial com a Câmara, Lira decidiu que a atual gestão só seguirá adiante caso o Palácio do Planalto ceda às repetidas chantagens.

Considerando que na política vale a máxima do “chumbo trocado não dói”, a Polícia Federal avançou nas investigações sobre o desvio de R$ 8 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a partir do fornecimento de kits de robótica, alguns dos quais entregues a escolas que sequer têm acesso à internet

Na última semana, horas depois da aprovação da Medida Provisória que trata da nova estrutura do governo, a PF deflagrou a Operação Hefesto, que tem como alvos Edmundo Catunda e Luciano Cavalcante. De acordo com os investigadores, Catunda é sócio da empresa Megalic, que vendeu ao governo os kits de robótica e repassou R$ 550 mil à Construtora EMG, responsável pela construção do condomínio onde mora Cavalcante. A conta de energia elétrica do imóvel ainda está no nome da construtora.

Cavalcante atualmente está lotado na liderança do PP na Câmara dos Deputados e é um dos principais assessores de Arthur Lira. A esposa de Cavalcante, Glaucia, já trabalhou para Lira e foi presa pela PF juntamente com o marido.

 
Logo após o anúncio das prisões, Arthur Lira disse que “cada um responsável por seu CPF”. É difícil afirmar que com tal declaração Lira tentou desviar do problema ou mandar um recado ao ex-assessor, que se optar por delação premiada certamente produzirá monumental estrago.

O governo nega a tese de retaliação, inicialmente defendida por Lira, mas quem conhece os bastidores do poder sabe o quanto é intricado o subterrâneo da política.

Nesta segunda-feira (5), Arthur Lira foi ao Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao sair do encontro, o presidente da Câmara disse que “a articulação do governo precisa estar mais atenta”.

A declaração de Lira deve ser interpretada como um sinal de que a relação entre o governo e a Câmara tende a piorar, ou, então, o preço da fatura por certo aumentará. Prova disso é a declaração do parlamentar, que se eximiu da responsabilidade de aprovar o projeto da tão esperada reforma tributária. “O que eu quero é pautar. Não posso assumir um compromisso e a responsabilidade de aprovar [a reforma tributária]”, disse em entrevista à CNN Brasil.

O brasileiro se acostumou a contemplar com preocupante letargia os absurdos que emanam da seara política, sem esboçar qualquer reação diante dos escárnios protagonizados por parlamentares que fazem do mandato eletivo uma ferramenta criminosa. Ou o cidadão reage com firmeza e veemência, o aceita a ideia de que o País pode despencar no precipício.


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