Senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PL) decidiu “fazer bonito” na sabatina do advogado Cristiano Zanin Martins, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente da República. Na sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Flávio ousou citar Winston Churchill, como se sua rasa intelectualidade permitisse tal devaneio.
À margem do objetivo da sabatina, Flávio Bolsonaro citou reportagem sobre o processo de cassação da chapa Dilma-Temer, que tramitou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte eleitoral decidiu não cassar a chapa, sendo que a tese apresentada naquela ocasião está sendo utilizada pelo clã Bolsonaro para tentar evitar inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
A investida de Flávio acontece após o pai, Jair Bolsonaro, visitá-lo em seu gabinete no Senado, onde possivelmente passou as instruções para balizar a atuação do primogênito na sessão da CCJ. Não por acaso, após deixar o gabinete do filho, Jair Bolsonaro disse aos jornalistas esperar que o ministro Benedito Gonçalves, relator do processo no TSE, mude de ideia. Pelo que apuramos, o ministro dificilmente mudará o voto.
“Tenho certeza que até o Benedito, ministro do STJ, agora integrante como relator do TSE, vai mudar o seu voto. Senhor Benedito é questão de coerência”, disse o ex-presidente, que fora do cargo já não mais ameaça o Judiciário.
O senador fluminense parece não compreender que a ação que pedia a cassação da chapa Dilma-Temer fazia referência a suposto caixa 2 de campanha, com base nos desdobramentos da Operação La-Jato, que de forma nada republicana obteve confissões dos envolvidos.
No caso de Bolsonaro, o TSE julga ação sobre violações legais em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, quando o então presidente, usando a estrutura do Estado, ameaçou a democracia, colocou em xeque o sistema eleitoral e disseminou informações falsas. Atentar contra a democracia é crime e no caso em questão há provas em abundância.
Flávio Bolsonaro, o “príncipe das rachadinhas” – príncipe porque o pai também foi adepto do esquema criminoso – recorreu ao deboche, como é praxe no clã golpista, ao dizer que a “dosimetria da pena é definida com base no amor ou no ódio”.
Aproveitando a declaração do senador Flávio Bolsonaro sobre dosimetria da pena, o parlamentar deveria explicar aos brasileiros os motivos que fizeram a Justiça a levar à estaca zero as investigações sobre o esquema de “rachadinhas” em seu então gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Não tivesse sido assassinado, o miliciano Adriano da Nóbrega saberia explicar.
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