FBI investiga caso das joias dadas a Bolsonaro, que poderá ser processado nos EUA por lavagem de dinheiro

 
Ao longo da campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou que Jair Bolsonaro, então candidato ao Palácio do Planalto, não tinha estofo para assumir cargo de tamanha relevância e responsabilidade. Por razões conhecidas fomos atacados de forma vil pelos bolsonaristas, mas o tempo, mais uma vez, mostrou-se senhor da razão. Em outras palavras, Bolsonaro não fugiu à própria trajetória, marcada por ameaças à democracia e apropriação indevida do dinheiro público. As “rachadinhas” da família não deixam dúvida a respeito.

O caso da venda das joias presenteadas por autoridades estrangeiras a Bolsonaro, que legalmente pertencem à União porque não são de caráter personalíssimo, revelam mais um crime cometido por alguém que se acostumou a avançar de maneira impune sobre o Estado.

Inimigo da democracia, Jair Bolsonaro exala sua conhecida covardia ao tentar escapar de um escândalo que terá desdobramentos sérios, podendo, inclusive, levá-lo à prisão. O ex-presidente tem deixado a responsabilidade aos assessores mais próximos, os quais se encarregaram de levar as joias aos Estados Unidos, onde a maioria foi vendida e recuperada às pressas para evitar o pior.

Independentemente de as joias terem sido recompradas para cumprir determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), o crime foi cometido e não há como negar os fatos. Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro são alvo de pedido de quebra de sigilo bancário, além de depoimento à Polícia Federal (PF).

 
Investigadores envolvidos na apuração do caso afirmam que no caso de Michelle já há elementos suficientes para indiciá-la, como revelou a jornalista Andreia Sadi em seu blog no G1. O destino do ex-presidente não será diferente. Em algum momento responderá criminalmente pelos crimes em questão.

Em relação aos operadores do esquema criminoso – Mauro César Barbosa Cid, Mauro César Lourena Cid, Osmar Crivelatti e Frederick Wassef –, o avanço das investigações pode desaguar, em algum momento, em delações premiadas.

O tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, está preso desde 3 de maio por envolvimento no esquema de falsificação de certificados de vacinação contra Covid-19. Sem advogado responsável por sua defesa (dois já renunciaram), o tenente-coronel poderá aderir à colaboração premiada, já que, semanas após a prisão, seu pai, Lourena Cid, afirmou não aceitar que o filho fosse abandonado. O que já ocorre.

Para piorar a situação dos protagonistas do escândalo, autoridades brasileiras responsáveis pela investigação contam com a participação do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana. O FBI apura a venda dos bens nos Estados Unidos. Na hipótese de ficar comprovado o crime de lavagem de dinheiro, os envolvidos serão processados nos EUA.


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