Diante de cerco da PF, Bolsonaro é internado em hospital de SP e deve passar por três cirurgias

 
O ex-presidente Jair Bolsonaro é um ser tão previsível, que uma internação hospitalar não demora muito para gerar dúvidas e servir de base para postagens hilárias nas redes sociais. Ciente de que um mandado de prisão é altamente viável em razão do fracassado projeto golpista e do escândalo das joias, Bolsonaro, que terá de depor à Polícia Federal no âmbito de ambos os casos, acionou mais uma vez a alavanca do coitadismo.

Internado na manhã desta quarta-feira no concorrido hospital Vila Nova Star, na capital paulista, Bolsonaro realizará exames para que os médicos decidam se o ex-chefe do Executivo federal terá de se submeter a três novas cirurgias, eventualmente em setembro.

De acordo com Fábio Wajngarten, ex-assessor e agora advogado de Bolsonaro, os procedimentos hospitalares são necessários para avaliar a condição clínica do ex-presidente, “principalmente no sistema digestivo, tráfego intestinal, aderências, hérnia abdominal e refluxo”. Em 6 de setembro de 2018, durante ato de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora, foi alvo de um ataque a faca na região do abdômen.

É importante salientar que Jair Bolsonaro, desrespeitando recomendações médicas, não segue uma dieta que ajude a minimizar os efeitos colaterais do ataque em Minas Gerais e das cirurgias subsequentes

Coincidentemente, a exemplo do que ocorreu em ocasiões anteriores, Bolsonaro acaba no leito de um hospital quando a situação não lhe favorece, ou seja, quando encontra-se vulnerável perante a Justiça ou por conta de crises familiares.

 
A última internação de Bolsonaro ocorreu no dia 9 de janeiro passado, no estado norte-americano da Florida, para onde fugiu após abandonar o cargo de presidente da República antes do final do mandato. A referida internação ocorreu um dia após a invasão e depredação das sedes dos Poderes da República, na esteira da fracassada tentativa de um golpe de Estado. Congressistas americanos chegaram a exigir a expulsão de Bolsonaro, que só retornou ao Brasil dois meses depois.

A internação nesta quarta-feira aconteceu horas após Bolsonaro ser intimado pela Polícia Federal para depor no caso dos diálogos que manteve com empresários defensores de um golpe de Estado e no âmbito do escândalo das joias sauditas.

Em relação às joias vendidas ilegalmente nos Estados Unidos e posteriormente recompradas às pressas para serem entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU), foram intimados a depor, além do ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Mauro César Barbosa Cid, Mauro César Lourena Cid, Fábio Wajngarten, Frederik Wassef, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti. Marcados para 31 de agosto, os depoimentos ocorrerão simultaneamente, impedindo que os investigados combinem versões.


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