Brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza já estão em Brasília

 
A aeronave com os repatriados da Faixa de Gaza pousou às 23h24 desta segunda-feira (13) na Base Aérea de Brasília. O avião trouxe 32 pessoas que aguardavam há mais de um mês para sair da região do conflito entre Israel e Hamas.

Cerca de 30 minutos após pousar na Base Aérea de Recife (PE), às 21h07, o avião presidencial decolou para Brasília, onde o grupo ficará por, pelo menos, dois dias nas instalações da Força Aérea Brasileira.

Os repatriados foram recepcionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva e por diversos ministros do governo federal. O grupo é formado por 17 crianças, nove mulheres e seis homens, sendo 22 brasileiros, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares.

Uma segunda lista com nomes de brasileiros e familiares ainda depende de aprovação por parte do governo de Israel, que tem movimentado a comunidade judaica em todo o planeta para defender, por meio de postagens nas redes sociais, o extermínio do povo palestino.

Em discurso na Base Aérea de Brasília, o presidente Lula voltou a classificar como terroristas os atos do Hamas e do governo de Israel. Mais cedo, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a fala do presidente da República e chamou de “perigosas” suas declarações.

“As falas hoje do presidente Lula equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas são equivocadas e perigosas”, destacou a Conib em nota.

 
A Conib cumpre o seu papel ao defender o governo de Israel e o discurso radical e oportunista de Benjamin Netanyahu, que há muito desidrata politicamente, mas não se pode normatizar o massacre que vem ocorrendo na Faixa de Gaza sob o pretexto de eliminar o Hamas.

É impossível não classificar como atos terroristas a morte de mais de 10 mil pessoas, na maioria crianças e idosos, a destruição de casas, escolas e hospitais, mais de 2 milhões de palestinos sem água, comida, energia elétrica e combustível, além de obrigar a população local a se deslocar em curto espaço de tempo. Além disso, a morte de cem funcionários da ONU é algo inaceitável.

O povo palestino luta há setenta e cinco anos por um Estado reconhecido oficialmente, enquanto o governo israelense, na maior parte do tempo, atua para que isso não ocorra.

A dificuldade criada pelo governo de Israel para a saída de brasileiros e seus familiares da Faixa de Gaza, pela fronteira na cidade de Rafah, é considerada retaliação diplomática pelo fato de o Brasil, na presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu em diversos momentos uma pausa humanitária para a saída das pessoas.

Desde o início da guerra no Oriente Médio, o governo, por meio da “Operação Voltando em Paz”, resgatou 14.77 pessoas (1.462, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana) e 53 animais domésticos. O voo de hoje é o décimo da operação.

Em Brasília, o grupo ficará hospedado no hotel de trânsito para militares da Base Aérea. Eles receberão apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Depois, uma parte irá para outras cidades no Brasil, onde ficará com parentes, e outra será deslocada para um abrigo especializado em acolhimento de refugiados no interior de São Paulo.

Os repatriados passarão por processo de regularização migratória, a cargo da Polícia Federal, e a emissão de outros documentos que permitam o acesso a serviços públicos e ao emprego.


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