Presidente do Supremo diz que atos golpistas de 8 de janeiro foram feitos por “falsos patriotas”

 
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta segunda-feira (8) cerimônia de lançamento da exposição “Pontos de Memória”, que relembra o ataque sofrido pela Corte durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro, levados a cabo pela turba bolsonarista que, insuflada por Jair Bolsonaro, tentou derrubar um governo legitimamente eleito. O ato deu início aos eventos institucionais de rememoração da data pelos Três Poderes.

“O objetivo é que os fatos vivenciados sejam parte da história institucional do Supremo e da sociedade brasileira, para que o episódio jamais seja esquecido nem tampouco se repita”, disse o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em discurso no plenário da Corte. Segundo ele, os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 representaram “a mais profunda e desoladora derrota do espírito” e que o momento agora é de uma “verdadeira pacificação da sociedade”.

“Falsos patriotas que não respeitam os símbolos da Pátria. Falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional. O que assistimos aqui foi a mais profunda e desoladora derrota do espírito”, afirmou o ministro, após declarar ter ficado impressionado com relatos de que os golpistas se ajoelhavam e rezavam depois das depredações.

O início da cerimônia foi marcado por um minuto de silêncio para relembrar o começo da invasão ao STF, às 15h40 daquele dia 8 de janeiro. Na sequência, os ministros e convidados foram direcionados ao plenário da Corte para assistir a um vídeo com imagens do quebra-quebra, intercaladas pelas falas de todos os ministros da Corte e de ex-integrantes do tribunal que ainda eram membros no dia do ataque golpista.

 
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“Jamais esqueceremos! E estamos aqui para manter viva a memória do episódio que remete ao país que não queremos. O País da intolerância, do desrespeito ao resultado eleitoral, da violência destrutiva contra as instituições. Um Brasil que não parece com o Brasil”, discursou Barroso.

De acordo com o presidente do STF, “nenhum juiz fica feliz ao condenar uma pessoa”, mas que a punição aos golpistas é necessária para “desestimular as pessoas de delinquirem”. De acordo com o balanço do Supremo, 146 réus serão julgados até abril de 2024 em 10 sessões virtuais. Além desses réus, o STF retomará o julgamento, a partir de fevereiro, de outras 29 ações penais. Desde setembro, quando começou a julgar os casos, a Corte já condenou 30 pessoas acusadas de participação nos atos antidemocráticas.

O evento contou com a presença dos presidentes de tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Superior Tribunal Militar (STM), e do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, que coordenará o grupo de investigação dos atos golpistas.

A ex-presidente do STF Rosa Weber também participou da cerimônia. Ela chefiava a Corte no dia 8 de janeiro de 2023 e comandou a reforma do plenário em 24 dias. “8 de janeiro de 2023 se consolida como uma marca indelével à democracia institucional do nosso País, numa investida autoritária”, afirmou Rosa Weber.


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