Ameaça de Bolsonaro de “implodir” o PL é bravata de quem não conhece política e muito menos Costa Neto

 
Ao longo de 28 anos, período em que exerceu mandato de deputado federal, Jair Bolsonaro, o golpista, sempre frequentou o chamado “baixo clero” da Câmara dos Deputados, grupo que reúne parlamentares e inexpressivos, sem qualquer relevância na atividade legislativa. Na verdade, Bolsonaro usou os mandatos para destilar intolerância e preconceito, não sem antes expor ao País o seu apreço por ditadores e conhecidos torturadores que atuaram criminosamente durante a ditadura militar.

Foi na esteira desse extremismo direitista, aproveitando os escândalos de corrupção que derreteram os cofres da Petrobras, que Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto, prometendo combate o que chamou de “velha política”. Nos quatro anos em que esteve no comando do Executivo federal, Jair Bolsonaro provou o que muitos já sabiam: ele é mais do mesmo. O ápice dessa epopeia radicalista foi a fracassada tentativa de golpe, em 8 de janeiro de 2023.

Malsucedido no projeto de criar um partido político para chamar de seu, Bolsonaro acabou filiado ao Partido Liberal, o PL, legenda comandada por Valdemar Costa Neto, político profissional conhecido que transita no campo de todas as ideologias, desde que seus interesses sejam devidamente atendidos.

Condenado a 7 anos e dez meses de prisão, além do pagamento de multa de R$ 1,08 milhão (valor de 2012), por participação no criminoso esquema de corrupção popularmente conhecido como Mensalão do PT, Costa Neto agora começa a disparar salamaleques na direção do Palácio do Planalto, até porque sua trajetória política não deixa dúvidas a respeito do tema.

Há dias, Valdemar Costa Neto, o “Boy”, elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista “O Diário”. O ex-deputado disse na entrevista ser impossível comparar Lula a Bolsonaro. ““Lula não tem comparação com Bolsonaro, completamente diferente. O Lula tem muito prestígio, não o carisma que Bolsonaro tem, mas tem popularidade, é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro, não, pois tem um mandato só”, afirmou.


 
Foi o bastante para Bolsonaro perder o controle e, acionada a alavanca da estupidez, ameaçar o PL de implosão. Não é novidade que a relação do ex-presidente com Costa Neto é marcada por desentendimentos desde a filiação de Bolsonaro à legenda, em 2021.

A reboque do seu conhecido linguajar rasteiro, Bolsonaro rebateu: “Tudo na vida eu puxo um pouquinho para vida familiar de cada um de nós, né? Problemas têm. Essa semana tive um problema sério, não vou falar com quem… ‘Ó, se continuar assim, você vai implodir o partido’. Pessoa do partido dando declaração absurda. Como ‘o Lula é extremamente popular’. Manda ele vir tomar um 51 (marca de cachaça) ali na esquina. Não vem”.

A horda bolsonarista do PL, eleita na esteira da fanfarronice golpista de Bolsonaro, precisa aprender o jogo da política. Não será com exacerbação comportamental e discursiva que Jair Bolsonaro se manterá na política.

A ameaça de implosão do PL não passa de mais uma bravata de alguém que usa discursos enviesados e metáforas esdrúxulas para ameaçar a democracia. O grande teste político de Bolsonaro será nas eleições municipais do corrente ano. Aliás, o teste maior será a disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Até as eleições municipais, o golpista precisará de um partido forte e com capilaridade para dar suporte ao projeto de transferência do seu espólio político, já que ele está inelegível por 8 anos. Comparado a Costa Neto, Bolsonaro é “aprendiz de feiticeiro”.


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