Donald Trump é condenado a pagar US$ 83,3 milhões a jornalista E. Jean Carroll por difamação

 
Ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump foi condenado nesta sexta-feira (26), por um júri de Nova York, a pagar US$ 83,3 milhões (R$ 410 milhões) à jornalista E. Jean Carroll. Ela o acusa de tê-la estuprado em uma loja de departamento nos anos 1990 e de tê-la difamado por anos ao negar o crime.

Um júri já havia considerado o republicano culpado por abuso sexual e difamação, pendendo apenas a definição do valor da indenização a ser paga a Carroll. Trump nega as acusações e diz que é alvo de mentiras.

Em testemunho à Corte, a jornalista, hoje com 80 anos, afirmou que apoiadores do empresário, impelidos por ele, passaram a atacá-la nas redes sociais e a sua reputação como colunista da revista Elle.

Carroll afirma que Trump a estuprou nos provadores de uma loja de departamento de luxo, a Bergdorf Goodman, em Nova York. O suposto crime prescreveu, mas uma lei recente no estado americano permitiu que vítimas adultas de crimes sexuais entrassem com ação na Justiça civil, o que Carroll fez em 2019. Por cota da prescrição do crime não há pena de prisão, mas prevalece a tese jurídica de indenização.

Liderando quase de forma isolada as primárias republicanas, Trump poderá em breve ser anunciado como o candidato do partido na eleição presidencial de novembro próximo. Enquanto faz campanha à sombra de sua conhecida parvoíce, o ex-presidente americano enfrenta quatro processos criminais e outros civis, como o movido por Carroll. Em uma das ações judiciais, a promotoria de Nova York acusa o republicano de fraude empresarial para inflar artificialmente seus ativos e obter vantagens em negócios.


 
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Dos US$ 83,3 milhões da indenização fixada na sentença judicial divulgada nesta sexta-feira, US$ 65 milhões correspondem a danos morais causados por Trump ao persistir em ataques à escritora enquanto era presidente e depois de deixar a Casa Branca. A advogada de Carroll, Roberta Kaplan, havia pedido que sua cliente fosse indenizada em ao menos US$ 24 milhões, mais os danos morais.

Kaplan utilizou vídeos em que o ex-presidente alardeia sua fortuna. “A lei diz que você pode considerar a riqueza de Donald Trump, bem como seu comportamento malicioso e rancoroso contínuo ao fazer essa avaliação. Agora é a hora de fazê-lo pagar por isso, e agora é a hora de fazê-lo pagar caro”, disse a advogada ao júri durante sua argumentação final.

De acordo com o jornal “The New York Times”, durante o julgamento Trump deixou o banco dos réus momento e saiu da corte, o que configura uma quebra de decoro. Ele voltou cerca de 75 minutos depois.

Esta é a segunda vez em que o empresário é condenado a indenizar Carroll. Em maio do ano passado, um outro júri já havia decidido que ele deveria pagar US$ 5 milhões por tê-la abusado sexualmente e a difamado nas redes sociais.


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