Tempus Veritatis: PF deflagra operação que faltava no âmbito da investigação sobre golpismo

 
Ao longo dos últimos seis anos, desde a pré-campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO tem usado o termo “golpista” para fazer referência a Jair Bolsonaro. Durante a campanha daquele ano, afirmamos que Bolsonaro, se eleito, em algum momento daria um “calão de pau” na democracia brasileira.

Desde então, a turba bolsonarista nos dedicou ataques sórdidos e covardes, mas não recuamos em momento algum, pois o que afirmávamos foi comprovado em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente, acreditando na possibilidade de um golpe de Estado, invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília.

Também nesse período, em várias ocasiões, usamos a palavra “covarde” para adjetivar Bolsonaro, pois sua trajetória como militar e político não deixa dúvidas a respeito desse traço do caráter de um golpista fracassado.

Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, a investida que faltava no âmbito das investigações sobre os atos golpistas. A PF saiu às ruas para cumprir 33 mandados judiciais de prisão e busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).


 
No alvo da Tempus Veritatis estão Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier Santos, Valdemar Costa Neto, Filipe Martins, Tercio Arnaud Thomaz e ex-assessores do golpista. Já foram presos Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor, e Rafael Martins de Oliveira, major das Forças Especiais do Exército.

Câmara foi responsável por monitorar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de prendê-lo para viabilizar um golpe de Estado, segundo a PF. A minuta original do golpe, modificada a pedido de Bolsonaro, previa também a prisão do ministro Gilmar Mendes (STF) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mas os nomes foram excluídos do documento golpista revisado.

Bolsonaro, que está na Região dos Lagos, no litoral fluminense, foi alvo de mandado de apreensão do passaporte, documento não encontrado na residência localizada na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ).

O passaporte estava na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, e foi entregue aos policiais que cumpriam mandado de busca e apreensão no endereço da legenda. Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, foi preso por posse ilegal de arma de fogo e levado à PF para prestar depoimento.

Alvo da Operação Tempus Veritatis, o coronel Bernardo Romão Corrêa Netto está nos Estados Unidos. A PF comunicará o comando do Exército para que o militar se apresente em solo brasileiro para que seja cumprido o mandado de prisão.


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