Chefe da diplomacia dos EUA delira e diz a Lula não haver genocídio na Faixa de Gaza

 
Quando em nome de interesses escusos alguns políticos relativizam a democracia e outros temas pertinentes é porque confiar em determinadas pessoas é decisão arriscada.

De olho na reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta agradar as parcelas judaicas e evangélicas do eleitorado norte-americano. Por conta desse cenário, Biden modula o discurso de acordo com seus interesses. Ato contínuo, o ocupante da Casa Branca dispara ordens aos subordinados.

Na terça-feira (20), os EUA barraram no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde Israel promove um genocídio que já tirou a vida de 30 mil pessoas inocentes e sem ligação com o grupo radical Hamas.

O governo estadunidense justificou o veto com desculpa de que um cessar-fogo no momento prejudicaria as negociações que envolvem Israel, Egito, Qatar e os Estados Unidos. Em suma, Biden prefere deixar a matança indiscriminada de palestinos continuar para eventualmente sair da citada negociação como o grande vencedor. Essa suposta situação lhe renderia votos.

Para compreender o pensamento obtuso do governo Biden basta analisar a declaração de Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, que nesta quarta-feira (21) disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os Estados Unidos discordam da declaração do petista, que comparou o genocídio em Gaza ao Holocausto.

O chefe da diplomacia norte-americana disse a Lula, durante reunião em Brasília que no entendimento de Washington não está em curso um genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.


 
A dicotomia discursiva dos EUA é causar engulhos. Em 2016, quando os democratas americanos estavam no poder, John Kerry, então secretário de Estado e atual assessor de Biden para assuntos relacionados ao clima, disse que os massacres cometidos pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra grupos cristãos e a minoria yazidi no Iraque e na Síria representam um genocídio.

“Devemos reconhecer que é o que o EI está fazendo com suas vítimas”, disse Kerry, afirmando que as “atrocidades” cometidas pelo EI deveriam ser julgadas por um tribunal internacional. O então secretário de Estado ressaltou que os EUA apoiariam “firmemente” os esforços para documentar os atos cometidos pelo EI, citando, por exemplo, a existência de valas comuns. “Mencionar esses crimes é importante, mas o mais importante é detê-los”, afirmou à época.

Como é público e notório, os Estados Unidos e Israel têm uma parceria geopolítica e militar no Oriente Médio, onde adversários de Washington estão sempre prontos a investidas bélicas de todas os naipes, começando pelo Irã, que financia o Hamas e o Hezbollah, grupo político e paramilitar que atua no Líbano. Comprometer essa parceria com Tel Aviv comprometeria a presença americana na região.

Além disso, em época de campanha eleitoral todos os candidatos saem em busca de apoios financeiros, algo que com Joe Biden não é diferente. O poderio econômico da comunidade judaica dos EUA não deve ser desprezado, sem contar a participação e a influência dos judeus americanos na imprensa global.

Alguns delinquentes intelectuais que pululam na imprensa brasileira afirmam que o presidente Lula desconhece os fatos históricos, mas é o caso de sugerir a Antony Blinken que volte ao banco da escola e revire os documentos que narram o massacre de Mỹ Lai, no Vietnã do Sul, e a tragédia humanitária em Hiroshima e Nagasaki.

É conveniente aos EUA não reconhecer o genocídio que avança na Faixa de Gaza. Que Antony Blinken pergunte a Biden qual palavra melhor traduz a morte de mais de 30 mil civis palestinos na Faixa de Gaza, na maioria crianças, mulheres e idosos.


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.