Governador de MG, Zema diz ser “democrata”, mas continua apoiando o golpismo de Bolsonaro

 
Como sempre afirmamos, se há no almoxarifado da política algum produto com falta persistente, a coerência por certo lidera a lista. Gostem ou não, é inócuo cobrar coerência daqueles que, com avassaladora desfaçatez, mudam de opinião ao sabor dos ventos que sopram sobre seus próprios interesses.

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na quarta-feira (6), no Palácio do Planalto, ocasião em que tratou da dívida do Estado com a União, montante que beira os R$ 165 bilhões.

A reunião teve a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Haddad deve apresentar até o final de março um plano de recuperação fiscal para todas as unidades federativas.

Zema e sua equipe tratam do assunto desde o final de 2023 com integrantes da Fazenda e pretendem incluir no acerto de contas o valor os valores referentes à compensação a ser recebida por Minas Gerais causa da tragédia de Mariana, em 2015. De acordo com o governador mineiro, esse encontro de contas depende posição da Samarco, empresa dona do empreendimento que colapsou.

Diante da possibilidade de acordo, Minas Gerais e o governo federal devem considerar a federalização de estatais mineiras, como a Cemig, como forma de reduzir a dívida. A ideia de federalização de estatais mineiras partiu do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que pretende concorrer ao governo mineiro nas eleições de 2026.

Após a reunião com Lula e ministros, Romeu Zema conversou com os jornalistas e não se fez de rogado ao abusar da hipocrisia. O governador mineiro disse: “Lula, tanto quanto eu, é democrata”. Zema tem garantido pela Constituição o direito à livre manifestação do pensamento, mas, ao que parece, o governador, enquanto estudante, faltou à aula em que foi explicado o significado da palavra “democrata”.

De acordo com os bons dicionários da língua portuguesa, democrata significa “que ou o que pertence à democracia ou professa seus princípios”. De tal modo, não pode ser considerado democrata alguém que apoia o golpista Jair Bolsonaro e, além disso, marcou presença no recente ato realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa da tentativa de golpe de Estado.

Resumindo, Zema pode vociferar o que bem entender, mas jamais afirmar que é democrata. Como ressaltou escritor e filósofo francês Joseph-Marie de Maistre (1753 – 1821), “cada povo tem o governo que merece”.


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