“Oppenheimer” é o grande vencedor no Oscar 2024

 
(Deutsche Welle) – Com 13 indicações, “Oppenheimer” era o favorito na 96ª premiação do Oscar da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood, seguido de “Pobres criaturas”, indicado para 11 premiações, e de “Barbie”, com sete.

Ao final da noite, o filme sobre o “pai da bomba atômica” levou sete estatuetas, bem menos do que o esperado, embora tenha vencido em algumas das principais categorias, como melhor ator (Cillian Murphy), diretor (Christopher Nolan) e melhor ator coadjuvante (Robert Downey Jr.), e na principal premiação da noite, a de melhor filme.

“Pobres criaturas”, uma história inspirada pela temática de “Frankenstein”, levou quatro Oscars, incluindo melhor atriz para Emma Stone. “Barbie”, por sua vez, teve de se contentar com uma única premiação, a de melhor canção original para “What was I made for?”, composta e interpretada por Billie Eilish, que faturou seu segundo Oscar.

O filme britânico “Zona de interesse”, de Jonathan Glazer – um drama sobre o Holocausto baseado no livro homônimo de Martin Amis, venceu os Oscars de melhor filme estrangeiro e melhor som. Ao receber o prêmio, Glazer fez menção aos ataques do grupo extremista Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado, e à operação militar de Israel na Faixa de Gaza. “Nosso filme mostra até onde a desumanização, na sua pior forma, pode nos levar”, afirmou.

“Obrigado por me enxergarem”

A atriz Da’Vine Joy Randolph protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite ao receber o Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Os rejeitados”. Ela disse que o prêmio era importante por lhe mostrar que havia optado pelo caminho certo. “Por muito tempo, eu sempre quis ser diferente. E agora percebo que tudo o que preciso é ser eu mesma.”

A atriz alemã Sandra Hülser, indicada por sua atuação no drama francês “Anatomia de uma queda”, saiu de mãos vazias, mas viu as duas produções das quais participou serem premiadas. Além dos dois Oscars de “Zona de interesse”, o filme “Anatomia de uma queda” venceu o prêmio de melhor roteiro original.

Duas outras esperanças alemãs no Oscar 2024 acabaram saindo frustradas: o filme “Dias perfeitos”, do cineasta alemão Wim Wenders, e “A sala dos professores”, de Ilker Çatak, que concorriam na categoria de melhor filme estrangeiro, o primeiro representando o Japão.

Primeiro Oscar para a Ucrânia

A Ucrânia venceu o primeiro Oscar de sua história com o documentário “20 dias em Mariupol”. Ao receber o prêmio, o cineasta Mstyslav Chernov aproveitou para lançar um apelo. “Eu desejaria que a Rússia não tivesse matado dezenas de milhares de pessoas. Mas não posso mudar a história. Esse prêmio, porém, pode assegurar que o povo e os mortos de Mariupol jamais sejam esquecidos.” Ao término de sua fala, ele foi aplaudido de pé.

O apresentador Jimmy Kimmel conduziu a cerimônia de maneira leve e bem humorada. Mas quem realmente garantiu as gargalhadas foi o lutador profissional e ator John Cena ao aparecer nu no palco para apresentar o prêmio de melhor figurino. O objetivo era lembrar um incidente ocorrido há 50 anos, em 1974, quando um homem correu pelado no palco durante a cerimônia do Oscar.

Outro ponto alto foi a apresentação do ator Ryan Gosling, que cantou uma música do filme Barbie, “I’m Just Ken”, também indicada, com a participação surpresa de Slash, o guitarrista do Guns ‘N’ Roses. A vencedora do Oscar de melhor canção foi outra música do filme Barbie, “What was I made for?”.

Segurança reforçada

Vencedores de outras edições do Oscar dedicaram algumas palavras aos indicados deste ano – uma antiga tradição retomada após muito tempo na premiação.

Outro momento emocionante foi a homenagem aos que morreram desde a última edição do Oscar, incluindo o oposicionista russo Alexei Navalny, morto há poucas semanas em uma prisão. Um documentário sobre sua trajetória foi premiado com um Oscar em 2023.

A cerimônia do Oscar deste ano não teve grandes manifestações políticas. Alguns astros e estrelas usaram bottons vermelhos para pedir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Do lado de fora do teatro Dolby, em Los Angeles, protestos contra a guerra em Gaza chegaram a paralisar temporariamente o trânsito. A segurança em torno do evento foi reforçada, com medidas mais rígidas.


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