580 dias na prisão não serviram para Lula aprender que acusação sem prova é o pior dos caminhos

 
A polarização política que nos últimos anos tomou conta do País faz a população refém de uma briga pelo poder propulsada por questões ideológicas e interesses escusos. Acusações de parte a parte e declarações descabidas servem de pano de fundo para um tiroteio verborrágico desnecessário.

Tão logo iniciou seu terceiro mandato como presidente da República, o petista Luiz Inácio Lula da Silva declarou que vários móveis e objetos foram levados pelo antecessor, o golpista Jair Bolsonaro. Na esteira dessa afirmação, o governo gastou quase R$ 200 mil na compra de novos móveis para o Palácio da Alvorada.

Na quarta-feira (20), a assessoria de comunicação do governo divulgou, em poucas horas, quatro notas para informar que os tais móveis foram encontrados em diversos locais pertencentes à estrutura presidencial, não sem antes justificar a trapalhada.

Diante do grave equívoco, Lula responsabilizou a gestão anterior pelo fato de os citados móveis e objetos não estarem na residência oficial da Presidência da República. Para minimizar o estrago, o presidente afirmou que muitos dos móveis finalmente encontrados estão em péssimas condições. Isso não justiça a acusação descabida.


 
Lula não é um estreante na Presidência, ou seja, conhece o funcionamento da estrutura, por essa razão deveria ter adotado cautela quando constatou que determinados móveis não estavam no Palácio da Alvorada.

Não obstante a necessária cautela ao fazer determinadas afirmações, o presidente Lula sabe o quão imprudente é uma acusação sem as devidas provas. No âmbito da Operação Lava-Jato, o petista foi condenado sem provas, apenas com base em indícios, no caso de um apartamento em Guarujá, cidade do litoral paulista.

Ao que parece, os 580 dias que passou na prisão não permitiram a Lula concluir que acusação sem provas é o pior dos caminhos. Isso porque condena-se alguém de forma irresponsável e fora da lei, mas a conclusão da opinião pública acerca do tema prevalece por muito tempo, talvez jamais se desfaça.

O melhor que o presidente Lula poderia fazer, em vez de apelar a argumentos nada convincentes, é, em gesto de grandeza e humildade, reconhecer que errou e pedir desculpas a Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama pela falsa acusação. Isso não acontecerá, pois continua em marcha uma insana guerra ideológica que não tem data para acabar.

Resumindo, o pau que bate em Moro, bate em Lula!


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