Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo na Faixa de Gaza

 
Após quatro tentativas fracassadas ao longo de mais de cinco meses de um conflito marcado por inequívoco genocídio dos palestinos, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (/03), com os votos de 14 de seus 15 membros e a abstenção dos Estados Unidos, uma resolução que exige um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e a soltura de todos os reféns mantidos pelo grupo radical islâmico na Faixa de Gaza.

A resolução, que tem caráter vinculativo – e cujo descumprimento, portanto, pode levar à imposição de sanções internacionais –, foi levada ao conselho por 10 membros e teve o apoio de Rússia, China e dos países árabes.

“O povo palestino sofreu grandemente”, declarou ao conselho o embaixador da Argélia nas Nações Unidas, Amar Bendjama, falando após a votação. “É nossa obrigação dar um fim a este banho de sangue, antes que seja tarde demais”, completou.


 
Inflexão do EUA

A abstenção dos Estados Unidos marca uma nítida inflexão no apoio internacional a Israel – os americanos vinham até então usando do seu poder de veto para barrar medidas vistas por Israel como uma ameaça a sua segurança nacional, mas o governo de Joe Biden viu a pressão por um cessar-fogo crescer à medida em que o saldo de mortos no lado palestino ultrapassou os 32 mil, segundo dados de autoridades subordinadas ao Hamas – embora os números não diferenciem entre civis e combatentes, elas afirmam que mulheres e crianças representam mais de dois terços das vítimas.

O conflito foi deflagrado em 7 de outubro, após um atentado terrorista cometido pelo Hamas deixar um saldo de cerca de 1.160 mortos em Israel, a maioria civis. Outras cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza, e acredita-se que cerca de 130 continuem no território palestino – 33 das quais são dadas como mortas.

“Um cessar-fogo pode começar imediatamente, com a soltura do primeiro refém, e devemos pressionar o Hamas a fazer exatamente isso”, afirmou a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.

Fluxo desimpedido para assistência humanitária

A resolução aprovada nesta segunda fala em um “cessar-fogo duradouro e sustentável”, “enfatiza a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária à Faixa de Gaza e de reforçar a proteção de civis” em toda a extensão do território palestino, além de “reiterar sua demanda para que sejam suspensas todas as barreiras à provisão de assistência humanitária” em larga escala.

Na última sexta-feira (22), China e Rússia haviam vetado uma resolução de teor semelhante proposta pelos Estados Unidos sob o argumento de que ela abria o caminho para uma operação militar israelense em Rafah, no extremo sul de Gaza, onde estão abrigados a maioria dos refugiados do conflito. (Com agências internacionais)


Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.